terça-feira, 24 de janeiro de 2006



Na última quinta-feira, o quase sessentão Moto Clube de São Luís (nome dado graças às origens da sua fundação, que data de 1937 como "Clube dos Amantes do Motociclismo") perdeu para o Barueri, de São Paulo, nas quartas de final da Copa São Paulo de Juniores: fica aqui o registro deste "momento histórico", em que um time maranhense, que já viveu seus tempos de glória (com 22 campeonatos maranhenses, 1 Copa Norte e 1 Copa Norte-Nordeste), ainda que num campeonato menor, mostra garra e determinação mesmo inserido num contexto de quase completo abandono do Futebol no Maranhão, tanto pela falta de vergonha na cara da Federação Maranhense de Futebol, como pelas péssimas condições em que o esporte se encontra no Estado, graças à falta de políticas públicas...

E falando em "péssimas condições à falta de políticas públicas", um dos maiores estádios brasileiros, o Castelão (Estádio Governador João Castelo), construído em 1982 e com capacidade para 80.000 pessoas, desde o ano passado se encontra interditado, aguardando uma digna reforma, triste fato que contribui, mais ainda, para o desestímulo do torcedor maranhense e para a quase falência dos clubes locais...

Tudo isso em homenagem ao meu esporte favorito, que anda tão mal das pernas, a aguardar o glamour da Copa do Mundo... Em homenagem à Taça da FIFA (feia, se comparada à Jules Rimet, e que, ao contrário desta, não apresenta a possibilidade de ser nossa em definitivo... E em homenagem à reabertura do Maracanã, com o número provisório (e irrisório) de 45.000 lugares... E em homenagem à enorme inveja que estou sentindo de Sérgio Roonie, que foi ontem ao eterno gigante assistir ao clássico Vasco x Botafogo (ainda que o meu Vascão tenha perdido para o Botafogo!)...

Muitos foram os textos que escrevi em homenagem ao maior espetáculo da Terra, publicados neste espaço virtual (como as três Vertebrais que escrevi sobre o Futebol), mas só agora lanço meu primeiro poema sobre o esporte bretão...


Futebol

A bola é redonda, tem dois lados
e rola pra lá e pra cá
entre o pé descalço, de calos e joanetes
do time de meninos que não estuda
nem tem futuro,
e a chuteira dourada
do time dos garotos-propaganda
multimilionários e sem passado...
De juiz, um frustrado sem mãe
e sem talento para jogar...
De técnico, todos nós em rouco uníssono...
E, na reserva, milhões de garotos em fumaça de ilusão...
Na arquibancada, um poeta apático e silencioso
que nunca foi muito de jogar,
mas que se perde na ilusão apoplética
de uma bicicleta de cor negra de um diamante bruto e imortal,
nas pernas tortas de um cafuzo que se acaba como um menino sem juízo
e num rei absoluto com tantos súditos e tantos corações...

O mundo é uma bola
e meu coração rola pra lá e pra cá
esperando apenas o momento mágico de ser chutado a gol como bola de meia
certeiro no cantinho onde a coruja dorme, indefensável para qualquer goal keeper perdido no tempo dos últimos segundos dos 45 do segundo tempo...

(Dilberto Lima Rosa)
 

+ voam pra cá

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