SEMANA ESPECIAL MULHER
Amo minha mãe
Amo minha noiva
Amo a mulher de cada estação
Amo todas as mulheres do mundo.
Amo a vida festiva,
Recatada e exclusiva
De cada alma feminina...
Amo cada seio,
Cada perna torneada,
Cada gesto
A cada dia mais
De cada palavra
Caída de suas bocas
De amor e de perdição
No desfile de suas formas,
Das ninfetas perdidas
Às mais velhas e sentidas,
Perfeitas em cada imperfeição.
Eu, que nunca lhes disse não,
Nunca soube mesmo por onde começar
- Amo desde aquela mão
Cheirosa de mulher
Bonita e madura
Que primeiro me despertou
Aquela maravilhosamente
Estranha sensação
Ao pôr-me os cabelos
Para trás das orelhas
Dos meus cinco anos de então...
Elas, todas em minha volta
Eu, a seus pés
No calor das tardes chuvosas,
No torpor das longas jornadas
Noite adentro
E nas manhãs
Do doce companheirismo,
Dos sedutores sorrisos
De quem se dá por inteiro
A cada hora do dia
- Mulher, pura poesia
Em movimento
No tempo que não tem fim
Meninas,
No jogo sofrido
De tê-las, de perdê-las
E de novamente achá-las,
Sigo atônito e perdido
Em volta dos seus umbigos
Por debaixo do tapete
Bem no meio do chão da sala
Seus ombros, seus braços,
Seus olhos nus,
Colo imenso, flor aberta
De cheiros inebriantes...
Mulher,
Amiga, mãe,
Esposa, amante,
Desgraça, amor e paz
- Enfim,
Toda mulher me satisfaz!
(Dilberto Lima Rosa, Um breve desabafo em antítese pelos diálogos de uma boca só)
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