domingo, 2 de setembro de 2007


As igrejas de New Orleans dobraram seus sinos em memória das vítimaspara as quais foi inaugurado um memorial, com os corpos de mais de 100 vítimas não identificadas.


O tempo passa, mas muitas coisas não conseguem ficar para trás: já se vão dois anos da "tragédia anunciada" do furacão Katrina, que atingiu as costas da Louisiana e do Mississippi, onde quase 1.500 morreram e danos materiais foram avaliados em bilhões de dólares... Na época, ainda no Weblogger, muitos blogueiros de plantão estranharam meu silêncio por um mês inteiro sobre o assunto, até eu vir com um poema em forma de canção (post de 21 de setembro de 2005), numa mescla de elementos tradicionais do Blues (como a essência das 'work songs' dos campos de algodão escravos, na repetição do refrão, e na religiosidade de suas dores pessoais), com uma melodia entre Delta Blues e Hillbilly e que remonta ao ritmo clássico de Blowin' in the Wind, do mestre Bob Dylan, que toca ao fundo.

Outrora uma das cidades mais animadas dos EUA, uma triste Nova Orleans recordou na última quarta-feira o segundo aniversário de uma das maiores tragédias naturais mundiais: Bush ainda é acusado de não cumprir suas promessas quanto à reconstrução (inesquecível a sua imagem acompanhando o desastre a partir de seu rancho do Texas e demorando a interromper suas férias...), enquanto usa o Estado Federal para culpar as autoridades locais pela lentidão da reconstrução... Enquanto isso, os mais afetados continuam sendo os pobres, que dependem da ajuda pública.

Para um povo, cuja alegria e criatividade sempre admirei (seja pela história de sofrimento, seja pela beleza de uma cultura preservada através dos 'spirituals' e principalmente do 'blues'), 'Nu Orlins', como na pronúncia arrastada dos locais, ainda luta e compõe, da tristeza, a alegria de um renascer, a minha singela homenagem em forma de canção no poema de meu livro À beira do derradeiro solstício, que pode ser conferido no 'blog' Miscelânea S/A.



"Então... Algo se move oculto... Algo que respira o ar viciado... E sibila..."


E já se foi o tempo em que o "tempo" não passava para os heróis! Recentemente li, a respeito da saga Guerra Civil, que o maior sonho do Capitão América sempre foi envelhecer normalmente ao invés de ser poderosa e eternamente jovem... E não é de hoje que super-heróis são "remodelados" para novos tempos e novas gerações – nem sempre com acerto... O que não se pode dizer de um dos mais completos trabalhos em HQ de todos os tempos: Batman: Cavaleiro das Trevas não só revolucionou os Quadrinhos há exatos 20 anos, como também abriu em definitivo as portas para uma nova geração de "quadrinhos adultos" dentro das próprias linhas de clássicos personagens (no caso, da DC Comics pós-Crise nas Infinitas Terras).

E Frank Miller foi mesmo decisivo para este "renascimento" do Homem-Morcego: um ano depois de lançar Batman: Ano Um, o consagrado artista de Sin City e 300 escreveu e desenhou com traços precisos (às vezes maneiristas; outras, grandioso em ilustrações de página inteira, com enquadramentos cinematográficos), ao lado das cores inovadoras de Linn Varley e da arte-finalização de Klaus Janson, pela primeira vez na história, um super-herói fora do seu tempo de concepção, com cinqüenta e cinco anos, cabelos brancos e já sem o vigor físico de outrora, vendo-se obrigado a voltar à ativa diante de uma Gotham City caótica, dominada pela violência, pelo medo, por uma Imprensa sensacionalista e por um Presidente (de aparência decadente, mas macaqueado nas TVs com a cara do Reagan!) que proibiu a ação dos super-heróis – à exceção do Super-Homem, que segue como uma espécie de fantoche contra a URSS, de uma ainda existente (e perigosa) Guerra Fria.

O problema cresce para maiores dimensões quando antigos arqui-inimigos (o Duas-Caras e o Coringa) passam a organizar matanças em massa para satisfazerem suas loucuras... E o próprio Homem-de-Aço é convocado para deter Batman, o Arqueiro Verde e um novo Robin (agora, uma adolescente), que ainda têm que enfrentar uma horda de gangues fanáticas, a fim de convertê-los em aliados num exército para conter o caos de Gotham!

A despeito da injustiça de reduzir o Super a um "meio-vilão", espécie de interventor pragmático em nome do Imperialismo Norte-Americano, e da desnecessária e infinitamente inferior (tanto em estória como nos traços bem mais preguiçosos de Miller) continuação Cavaleiro das Trevas 2, de 2002 (para que mexer naquele final "em aberto" da primeira saga?), Frank Miller criou um "universo paralelo" fantástico e que, injustamente, até hoje, não foi adaptado para o Cinema (apesar do título homônimo do novo filme com Chris Bale, não se trata dessa estória)... Sem dúvida, uma obra-prima que resiste ao tempo: Batman não morre (literalmente)! E ainda dá um pau no Super-Homem!
 

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