quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Dos versos que te fiz,
São Luís...



"Todo mundo canta sua terra e eu também vou cantar a minha! Modéstia à parte seu moço, minha terra é uma belezinha...", já diziam os clássicos versos do Poeta João do Vale sobre o Maranhão, especialmente dirigindo-se à sua capital, São Luís. E, por ocasião de mais um aniversário desta Ilha (398 anos, com feriado mais que prolongado até este 8 de setembro), descubro que, mesmo com toda a devoção poética que sempre lhe dediquei, neste espaço virtual e por entre os reais casarões e becos do Centro Histórico, ladeiras, ruas e avenidas estreitas, praias e palmeiras, para São Luís contei muito mais Prosa que Poesia: apenas dois poemas figuram em toda a minha obra a esta mulher-cidade de belezas e dores seculares...

Que seja assim, que em prosa também se canta esta "ilha inexata quando toca o coração", como no belo e magnético dizer de César Nascimento, outro poeta nosso: pelas paisagens cheias de ritmo, pelos sabores cheios de olores, pelos sonhos por dias melhores para este povo sofrido e cheio de cores e para este chão, meus dois poemas para ti, São Luís do Maranhão:


Viagens

Às vezes sonho com ruas desertas
Entrecortadas por ladeiras
De palmeiras encimadas
E finalizadas com uma estação
Derradeira
Que me levasse para longe daqui...

Pelos incômodos sacolejos e despreparos
Da imaginação distante
De uma viagem de sonho para além
Numa lancha, num ônibus, avião ou num trem
Às vezes sonho que sou feliz...

Então sonho que acordo ao teu lado
E sigo, calado,
Pela derradeira e inevitável
Poesia de São Luís...

(Dilberto L. Rosa, 2007/2010)



Pois só por cima
de teus telhados
eu respiro
A brisa de saudade
que não sei explicar
De onde vem, para onde vou
– minha cabeça em giro
Por sobre a cidade-tempo
suspensa no ar...

(Dilberto L. Rosa, 2008)

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22 comentários:

Jandira Rosa disse...

Belos e merecidos poemas à nossa Ilha do Amor! Mesmo não sendo "capitalista" como tu, aprendi contigo a encantar-me e amar esta terrinha... Até mesmo porque não tinha como resistir à sedução a que me submeteste por estas bandas desse imenso Maranhão. As fotos são tão lindas que dá vontade de passear daqui a pouco... rsrs Beijos

José Viana Filho on 8 de setembro de 2010 às 13:27 disse...

Bela homenagem a sua terra mestre dos magos. Bom mesmo foi vc ter voltado a postar e ainda mais, Jandira Helena Comentar no Blog.

Algumas belezas naturais fazem da ilha um espaço peculiar do Brasil. Mas vejo com tristeza o seu centro historio ser destruído, seu crescimento desordenado , enfim, queria muito , que nossa capital, fundada pelos franceses , fosse cuidada. Com certeza seriamos calendário certo para qualquer turista do mundo. Saudades dai...

Abraço e parabens para o ultimo poeta ludo que conheço!!! O papai do ano, quase uma mãe, segundo informações da propria mulher.

OBS: Pare de tentar amamentar ISabela(minha quase afilhada). Deixa com Jandira.

Canto da Boca on 8 de setembro de 2010 às 14:14 disse...

Quando eu era criança, meu pai me obrigava a saber tudo sobre São Luís, e eu tinha todas as respostas na ponta da língua, e ainda hoje ele me pergunta as mesmas coisas, risos.
"São Luís, a única capital brasileira que não nasceu lusitana, mas que tinha a intenção de ser a França Equinocial, e seu nome é em homenagem a Daniel de La Touche, o Senhor de La Ravadière, cuja fundação se deu em 08.09.1612, iniciando pelo Fort Saint Louis - atual Palácio dos Leões -. Até então os tupinambás chamavam-na de Upaon- Açu, que significa, ilha grande". Repondia tudo certinho...

Mas meus sonhos também voaram duarante toda a infancia e pré-adolescencia por sobre os telhados e marzão sem fim dessa bela cidade. E me levaram, e me levam, e sempre me trazem, há sempre o momento do retorno, da busca de mim mesma entre ruas, calçadas, vilas e ruelas, e nesses paralelepípedos, que ajudei a polir, correndo atrás de algum bumba-meu-boi.
Homenagem belamente sentida, Dilberto!

Abração!

Marco on 8 de setembro de 2010 às 16:27 disse...

Grande primo,
sua cidade é muito bonita, mesmo. Já tive a oportunidade de visitá-la. E de quebra, ainda fui a Caxias e a Codó. Vi in loco todos estes lugares que as fotos mostram. Parabéns a São Luis e ao ilhéus que nasceram neste belo lugar. A música que você escolheu para ilustrar o post é uma delícia. Fiquei aqui um tempão ouvindo e reouvindo.
Carpe diem. Aproveite o dia e a vida.

Anônimo disse...

São lindos os seus poemas. Gosto mais quando deixa seus versos por aqui, muito me agradam.

Beijo.

Anunciação on 8 de setembro de 2010 às 20:04 disse...

Ah,queria poder e saber fazer desses poemas teus para dizer desse meu amor tão grande que dói.Ah,bela são luis tão amada e desamada.

Lulu on 8 de setembro de 2010 às 21:38 disse...

Parabéns para sua cidade. Big Beijos

Batom e poesias on 8 de setembro de 2010 às 22:56 disse...

E eu ainda não conheço essa belezinha, mas um dia eu vou...

Lindos poemas, Dilberto.
Linda homenagem.
bj

Rossana

Dany on 9 de setembro de 2010 às 10:53 disse...

Oi, Dilberto!
Tô vindo desejar boa sorte no sorteio!
Beijocas!

Игорь on 9 de setembro de 2010 às 11:59 disse...

Olá Dilberto

Belos poemas, especialmente o último .

abraços !!

Miri on 9 de setembro de 2010 às 14:47 disse...

Lindas imagens. Linda poesia. Um encanto!

Beijos.

Soninha on 10 de setembro de 2010 às 09:15 disse...

Olá, Dilberto! Salve!
Que bom que retornou.
Muitos blogueiros estão ausentes, distanciados de seus blogs, não é mesmo?!
Entendo que todos temos nossos compromissos familiares, profissionais, sociais, emocionais, etc...Por isso, nem sempre podemos nos dedicar aos blogs...
Mas, assim como você, eu tb volto devagarinho ao Roda...Tem o Memórias de Sampa que tenho me dedicado mais, pois se trata de um trabalho em conjunto com vários autores, colaboradores de um site, o São Paulo Minha Cidade...agora eles também enviam material para eu postar no Memórias de Sampa. Está muito bom aquele trabalho.
Eu gostei demais de sua visita ao Roda e da colocação sobre o Memórias. Sua idéia de também fazer Mem´prias de São Luiz é excelente e vejo que já iniciou com este preito de amor à sua cidade com seus dois poemas.
Gostei muito!
"...sonhos por dias melhores para este povo sofrido..." também quero, para todos os brasileiros.
Muito bom isso, Dilberto!
Parabéns!
Muita paz! Beijossssssssss

Jota Effe Esse on 10 de setembro de 2010 às 12:58 disse...

Com esses poemas e essas fotos São foi devidamente homenageada, e aproveito dar meus parabéns a essa cidade cultura pelo seus 398 anos. Meu abraço,Dilberto.

Scorpys on 10 de setembro de 2010 às 17:37 disse...

Eita seja bem vindo moço,que bom está aqui e ja voltou com homenagens a esta terra que so conheço por fotos mesmo,mas que um dia quero conhecer pessoalmente,até pq minha mae nasceu na fronteira do Maranhão com Piauí,parabéns a esta bela cidade.Tenha um fim de semana delicioso,
beijusssssssssss

Luma Rosa on 11 de setembro de 2010 às 10:17 disse...

Salve!! Morceguinho saiu da toca!!

Bela homenagem! Adorei o poema ;) Admirada por ter você tanto amor a sua terra, no sentido de poder amá-la como se fosse intocada! A minha terra foi corrompida e estou desapontada. Não penso mais voltar tal qual a tristeza quando fui a última vez e percebi quao dilapidada e descuidada por administrações sucessivas do PT. Tudo que lá há de progresso foi feito pela iniciativa privada. O resto, o caos!

Quanto a sua terra, um dia irei avistá-la de perto! Parabéns São Luís!!

*Retornei pelo menos a postagem atual ao sistema antigo - porque uns e outros tem dificuldade com as "novidades"!

Esse seu trekinho de tocar música trava o meu computador e tenho que vir aqui quando estou em outra máquina, coisa!

O Zé está pleiteando padrinhagem, é? Também quero!! ;) Virtual mesmo!!

Bom fim de semana! Beijus,

Ruby on 12 de setembro de 2010 às 13:42 disse...

Olá Dilberto!
Bela homenagem à ilha! E o feriado com certeza deve ter sido maravilhosos! Em início de semana logo, tudo que brasileiro pede a Deus! Preciso ir aí, já faz tempo que não vou. As fotos estão lindas!

Marcelo on 12 de setembro de 2010 às 16:02 disse...

Cara eu acho São Luis lindo ou seria linda? - sempre que estava em férias viajava e a minha proxima viagem da época seria São Luis e Belem...não rolou, naquele momento, mas vou pelas vias de Zeca, o Baleiro, Rita Ribeiro,no tambor de crioula de Alcione e nestes belos poemas e prosas maranhences que vc escreve poraqui...ah eu tenho um texto em homenagem a um escritor maranhence que eu adoro, mas ainda nãopubliquei...muito feliz com a sua volta ao sistema blogger de amizade...GRANDE abraço!

Érica on 13 de setembro de 2010 às 09:53 disse...

Muitos cantam suas terras, mas nem sempre com poemas tão românticos e apaixonados como estes que acabei de ler aqui. É tão bonita essa admiração que sem querer eu me pego desejando vigorosamente ir de encontro a esses becos, ruas, ladeiras... Pela derradeira e inevitável poesia de São Luiz.

Beijos

Francisco Sobreira on 14 de setembro de 2010 às 08:50 disse...

Pois é, Dilberto, todos nós amamos a cidade onde nascemos e, se possuimos o dom de escrever, manifestamos o nosso amor através das letras. Fui uma unica vez a São Luís, na década de 1980, e gostei da sua cidade. Bela homenagem, meu caro. Um abraço.

Lu_MCordeiro on 15 de setembro de 2010 às 01:03 disse...

Não conheço o Maranhão,mas tenho mta vontade.As fotos de São Luis mostram como nosso país é belo e repleto de azuis.Pena que seja tão pouco conhecido.E suas poesias,lindas!
bjss na Morceguinha.

Luci Lacey on 16 de setembro de 2010 às 00:32 disse...

Amo Sao Luis.

Morei la por 19 anos.

Saudade grande.

Beijinhos

Layce Aguiar disse...

Dilberto,

Algo muito expressivo em você reluz grande sensibilidade, perspicácia e sapiência. Não é só inteligência que se propaga nessa figura humana. A sensibilidade aflora nos gestos mais singelos, mesmo que pareça leve voo de ótica.

Quanta poesia! Não é difícil entender o poeta que há em você. Afinal, é tudo muito claro.

São Luís agradece a sua devoção verdadeira, porquanto repleta de motivação sentimental e capaz de despertar fortes emoções naqueles mais distraídos com a sua beleza histórica.

Por ser "esta mulher-cidade de beleza e de dores seculares", reage fortemente. E, assim, sobrevive às depredações da modernidade e dos interesses escusos. Heroicamente, firma-se em razão do seu patrimônio maior: sua gente. Somente assim, ela se perpetua e faz renascer seu valioso acervo de talentos verdadeiramente humanos.

Parabéns, Dilberto, por fazer parte deste nosso acervo maranhense que deixa em festa a nossa amada São Luís.

Continue poetizando...

 

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