quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

O Artista
Meia-Noite em Paris



Não, você não leu errado: não falta a crase "à" antes de meia-noite, porque não se trata de uma frase no título desta postagem, mas, sim, de um junção dos dois títulos dos últimos filmes a que pude assistir, dois dos melhores que pude ver nos últimos meses - simples assim.

Primeiramente, o mais "badalado": também pudera - O Artista, produção franco-americana com elenco principal francês e elenco de apoio formado por astros norte-americanos (John Goodman, Penelope Ann Miller, James Cromwell e uma injusta e quase imperceptível participação de Malcolm McDowell numa ponta), é um filme em preto e branco e mudo - justamente na era em que George Lucas mais uma vez enche de parafernálias a sua saga nas estrelas e lança tudo em 3D nos cinemas! Difícil de crer que tal filme, uma gostosa, divertida e inteligente homenagem aos tempos áureos finais do Cinema mudo e a sua transição para os 'talkies' (mesma temática de outro clássico, Cantando na Chuva, porém bem diferente do genial Musical) possa estar arrebatando tantos prêmios importantes, como o Globo de Ouro de Melhor Filme para Comédia ou Musical e o Critic Choice Award de melhor filme deste ano.

Mas justamente por isso, pela simplicidade ao contar uma história simples (astro do Cinema dos anos 10/20 entra em decadência e vê toda a sua vida desmoronar com o fim dos filmes mudos enquanto uma ex-corista e antiga fã sua cresce no estrelato dos "falados"), é por onde o filme mais agrada. E não se engane quem pense que há uma supervalorização da "atração" do preto-e-branco ou das homenagens ao Cinema antigo - elas existem e estão lá para quem as conhecer - o galã e sua semelhança com Douglas Fairbanks Jr., inclusive com trechos de A Marca de Zorro, de 1920; os enquadramentos dos personagens como nos filmes antigos; as homenagens diretas a Cidadão Kane, na famosa cena da mesa de café, e a Um corpo que cai, com o perfeito aproveitamento do "Tema de Amor" de Bernard Hermann pelo compositor Lucovie Bource, tal como o fez Nino Rota com temas de filmes antigos em Amarcord... Mas não são elas a essência da coisa toda: a bela história de amor platônico e amizade acaba conquistando a todos até o final redentor, com a descoberta do poderio dos musicais, que dominariam a Era da Depressão nos anos 30 norte-americanos, com um delicado toque derradeiro de poesia metalinguística... Sem dúvida, um belo filme!

E agora, o meu diretor favorito vivo, Woody Allen: em Meia-Noite em Paris, Woody volta à sua melhor forma como roteirista de comédia com fantasia desde o inesquecível A Rosa Púrpura do Cairo (1985). Exagero meu? Não, de forma alguma: a perfeita sincronia entre a história de um casal que se descobre sem muito em comum às vésperas do casamento, em Paris, e a libertação do protagonista (um contidíssimo Owen Wilson, em mais uma personificação "woodyaleniana" do diretor) em meio à descoberta de uma "fenda no tempo" que, sempre à meia-noite, leva-o aos dourados anos 20 parisienses, com a presença então efervescente de artistas geniais, como Picasso, T.S. Elliot, Scott Fitsgerald, dentre outros (impagáveis as cenas que brincam com os estereótipos sobre as loucas visões surrealistas de Dali, bem como com o "fulgor viril e caçador" de Hemingway), são um mote adoravelmente sensacional, mesmo para os não-introduzidos no Cinema de Allen.

Com um roteiro redondo e enxuto (nada mais que 1 hora e 30 minutos, sendo 3 minutos e meio de "abertura" inteiramente dedicados a vários lindos pontos da amada Paris de Allen), porém preciso, a história do roteirista de Hollywood que "cura" a sua "Síndrome da Era de Ouro" (aquela em que o indivíduo nunca está satisfeito com sua época e se imagina feliz somente se em outra, no passado) é contada com genial maestria e faz a gente pensar ao final da sessão: até podemos sonhar e viver o sonho, mas sempre haverá a hora de saber voltar... Afinal, nos anos 20, "eles não tinham antibióticos, nem anestesia", lembra-nos o pesadelo do protagonista de Meia-Noite em Paris.

São os dois maiores concorrentes ao Oscar deste ano que pude ver graças aos últimos dias da "Internet Livre" (até a "morte" do Megaupload e seus congêneres): para a inveja de muitos, assisti a O Artista antes de sua estreia nacional, na próxima sexta, dia 10 de fevereiro... E pude baixá-los no meu PC em cópias de boa definição (a de O Artista, por exemplo, era a de demonstração para os membros da Academia de Hollywood!) e, o melhor, vê-los em meu horário louco... Quem sabe ainda consiga arrumar um jeito de ir ver Os Descendentes na sala escura - coisa que não faço há cerca de dois anos - ou de alugar em vídeo o sempre profundo Terence Mallick em A Árvore da Vida?

Faltou alguma coisa nalgum dos dois filmes? Talvez um pouco mais de profundidade à personagem Pepy, vivida pela bela Bérénice Bejo (esposa do diretor Michel Hazanavicius) ou um tanto mais de humor nalguma sequência do filme de Woody Allen... Torço por O Artista para o Oscar de melhor filme e para Meia-Noite em Paris como melhor roteiro original (sem falar no belo desempenho do comediante Jean Dujardin em seu dramático papel - seria o "ano da França" no Oscar?!). De qualquer forma, já tive minha cota de filmes bons com esses dois títulos e fico feliz por isso! E ambos se baseiam na simplicidade de ideias geniais. Complexo? Não, a vida, apesar de quase sempre insatisfatória, é bela porque é mesmo baseada nas coisas mais simples... Como a alegria bem forjada de ver um bom filme...
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27 comentários:

cineboy on 8 de fevereiro de 2012 às 05:04 disse...

Filmes que quero assistir.Tenho o do Allen aqui comigo e você me dará o Artista.É nesse que aposto na noite do oscar,me parece um filme feito para ganhar e uma homenagem aos filmes antigos.Uma sensação de nostalgia domina a academia esse ano e somente Histórias Cruzadas pode melar esse favoritismo do O Artista. Quero o filme Dilberto!Vou levar o pen drive e vou copiar hehehe.

Luci on 8 de fevereiro de 2012 às 08:29 disse...

ando sumida da sala escura tb!
mas quero ver Paris ...
bj

Moni Saraiva on 8 de fevereiro de 2012 às 12:47 disse...

Dilberto!

Como vai?

Estava em dívida com minhas visitas por aqui e promento tentar (pelo menos) ser mais presente.

A vida anda muito louca, não está sendo fácil produzir, acompanhar...rsrs

Estou com muita vontade de ver "O Artista", pelas ótimas referências que já tive. Quanto ao "Meia-noite em Paris, encantou-me. Só lamentei porque ele acaba... bem poderia ser uma história sem fim...hahaha

Um grande abraço, querido!
Até breve!

Unknown on 8 de fevereiro de 2012 às 13:31 disse...

Dilberto, obrigado pela visita no meu antigo blog. Agora estou nesse:

http://espectadorvoraz.blogspot.com/

Apareça e prestiga lá! Vou linkar teu blog na minha página e acompanhar tuas atualizações. Acho Meia Noite em Paris um excelente filme, mas não faço fé nele no Oscar. Ainda não assisti O ARTISTA, tó tentando aguardar para experimentar no cinema, mas confesso q anda meio desanimado com a espera. Apareça! Abs!

Anônimo disse...

Ola Batman,
Deixei um comentario la no blog para voce. Volte para ler por que vale a pena.
Vou te contar: tenho o artista aqui em casa, comprei, no meu"fornecedor". Mas nao tive vontade de assistir. Apareceu na tela, acordei no dia seguinte. Esse é um otimo termometro para mim, quanto serve de sonifero logo de cara.
Agora nao pode nem comentar essa coisa de fornecedor por que o Google esta virando 1984, nenhuma privacidade. Ja leu sobre?
Enfim, ja o Meia- Noite em Paris, alem de ter visto no cinema, que é melhor sempre. Amei, devo ter comentado sobre o filme e pensei tb na Rosa Purpura do Cairo, se nao escrevi sobre isso é por que estava distraida. Nao lembro do meu post. Vai ver falei. Por que concordo com voce, ele pegou uma linguagem ja utilizada-misturar personagens reais com ficçao, so que de uma nova maneira. E ficou linnndoooo! Por mim o Oscar vai para esse. Detestei "Arvore da Vidda", nem sei se concorre. Gostei dos Descendentes, mas nenhum se compara ao do Woody Alem. Nem a Separaçao que tb vi e é bom. Mas ainda tenho a maxima do Spielberg na cabeça- cinema é antes de tudo ENTRETENIMENTO. Abraços fraternos!!!

:.tossan® on 8 de fevereiro de 2012 às 19:43 disse...

Um show de postagem! Valeu a pena a visita. parabéns!

Da uma olhada nesse:
http://cartazesdecinema.fotoblog.uol.com.br/

Emmanuela on 8 de fevereiro de 2012 às 20:13 disse...

Meu amigo, desculpe a ausência, essa semana foi um verdadeiro sufoco!

Estou muito ansiosa para conferir "O Artista", deve ser um verdadeiro deleite assistir a este clássico-contemporâneo.

"Meia Noite em Paris" eu pude assistir no cinema, lembro-me que abandonei a sala leve como uma pluma, ainda absorta nas aventuras do protagonista. Sem dúvida, é uma película bastante prazerosa.

Um abração!!!

Duarte on 8 de fevereiro de 2012 às 20:45 disse...

Paris!!!
Toda uma delicia para os sentidos. aquilo que contas e com a delicadeza com que o fazes.
Até posso dizer que induzes em ir ao cinema.
Qualidade e bom gosto neste que fazer teu.
Um grande abraço

Paulo Telles on 8 de fevereiro de 2012 às 22:55 disse...

Salve Dil!

Este O ARTISTA deve ser bastante interessante. Como amante do período de ouro do cinema, acredito que deverão fazer muitas menções e reminiscências a tão saudosa época.

Triste fato realmente ocorrido com muitos astros e estrelas do cinema mudo, quando viram suas carreiras desabarem com a chegada do cinema falado, porque não tinham vozes perfeitas.

Como disse Norma Desmond, personagem imortal de Gloria Swanson em CREPÚSCULO DOS DEUSES, de Billy Wilder - que as estrelas do silient movie não precisavam de falas, mas sim de gestos. As vezes fico a analisar e vejo que, muitas vezes, a arte de interpretação por gestos é bem mais difícil.

Vou aguardar este "mais badalado", e pelo visto, com justa razão.

Obrigado meu nobre e um forte abraço do

PAULO NÉRY
Filmes Antigos Club Artigos

Canto da Boca on 9 de fevereiro de 2012 às 04:05 disse...

A minha sorte é que existem tu e o Herculano e a minha filha, senão, eu estaria destinada à escuridão cinematográfica!

"Mainha, tu tem que ver o filme do Woody Allen, o Meia Noite em Paris", diz-me categórica a menina... Mas já prometi, vou arrumar um tempo para ver tudo. E depois de ver/ler aqui a sua postagem, disse-me agorinha mesmo que devo deixar um pouco de lado (sem dor e drama, cara Boca), as leituras e atualizar-se com a filmografia... E sem dor! Abrir mão do meu exíguo tempo (nesse momento específico) para algo que não seja a literatura, chega a doer, Dil!

:(

Gilberto Carlos on 9 de fevereiro de 2012 às 10:14 disse...

Eu prefiro Meia noite em Paris e torço por ele no Oscar tanto para melhor filme como diretor.

Felipe Rocha on 9 de fevereiro de 2012 às 19:02 disse...

Olá meu camarada!! Ótimo post, retrata um pouco do meu ponto de vista tb sobre os filmes citados e sobre essa indústria 3D que está acabando com os filmes de qualidade!!!

Adicionei seu blog nos meus favoritos. Se puder firmar essa parceria ficaria grato de adicionar o meu também à sua lista.

Um abraço!

Claudinha ੴ on 9 de fevereiro de 2012 às 21:45 disse...

Olá Dil!
Eu amei Meia noite em Paris!!! Me senti naquela fenda do tempo-espaço e seria mágico encontrar tanta cultura na madrugada. Não vi O Artista, mas pretendo assistir o mais rápido possível. Adoro Wood e filmes como Amarcord. Se faltou algo? Eu fiquei com gosto de quero mais, queria mais detalhes e mais cenas,rsrs. Bela postagem!BJ

Suzane Weck on 10 de fevereiro de 2012 às 01:19 disse...

Ola querido amigo,escolhestes dois filmes "a dedo" como se diz na gíria popular.Nota 100 para esta tua postagem. E por falar em saudade,,,, . onde anda você .... escondida na praia..... onde ninguém me vê....... Meu grande abraço para você.

Luiz Henrique Oliveira disse...

Meu caro Dilberto: depois de muitos anos sem comentar em um blog, cá estou pra falar com você sobre essas duas obras-primas aí. Como você bem colocou, são os dois melhores filmes dos últimos meses (para nós, que os vimos antes do público que acha um crime baixar pela internet...)

Desses, prefiro O Artista pela sensibilidade de contar uma história aos moldes antigos, e fazer redescobrir o cinema mudo - quando era possível falar com a platéia sem dizer uma palavra sequer. A última cena vai ficar na minha cabeça por um bom tempo, e pela meia hora final o filme já merece o Oscar de Filme do ano.

Quanto ao Allen, que também é meu cineasta vivo preferido, finalmente ele acertou na mosca com Meia-Noite em Paris. Talvez aquela falta de um pouco mais de humor, que você citou ali, tenha contribuído para o resultado final ter sido tão bom: se colocasse mais alguma piada/situação mais escrachada, o filme perderia o rumo, eu acredito. Como já aconteceu com outros filmes do Allen. A boa medida entre os gêneros nos deu um belíssimo filme, memorável. E se a Academia for realmente justa, dará o quarto Oscar ao diretor pelo roteiro.

No mais, seu texto, como sempre, está impecável. Isso mostra que algumas coisas o tempo não muda.

Abraço do teu amigo aqiu!

Daniel on 10 de fevereiro de 2012 às 18:13 disse...

Obrigado pelas dicas... adoro filmes... vejo pelo menos dois por semana... e confesso que gosto muito de dramas... mas se o filme é bom eu assisto.


Daniel

Jota Effe Esse on 11 de fevereiro de 2012 às 03:38 disse...

E eis que o professor Dilberto, o mestre do telão, nos brinda com boas informações sobre filmes e artistas. Meu abraço.

ANTONIO NAHUD on 11 de fevereiro de 2012 às 19:22 disse...

são dois filmes simpáticos. mas apenas isso: simpáticos.

O Falcão Maltês

Ruby on 11 de fevereiro de 2012 às 19:41 disse...

Tem muito a ver com o que gosto, não me importo com a cor, uma vez que P&B é a cor da maioria dos filme que mais amo. O roteiro é legal, narra histórias de estrelas que se viram ameçadas com o som do cinema pondo fim à silent era. Gosto de produções franacesas. Este ano muitas promessas, você fala desses e eu quero muito ver the help que também recebeu indicações com certeza. Abraços e excelente resenha.

Mione on 12 de fevereiro de 2012 às 12:16 disse...

Meia Noite em Paris é fascinante!
Foi o primeiro trabalho do Woody Allen que realmente gostei.
E O Artista estou ansiosa para assistir, porque estreiou recentemente por aqui

Quanto ao teu comentário no meu blog, obrigada (:
e não se preocupe, em uma outra oportunidade eu olharei o encouraçado potenkin. Quanto ao Fantasma da Ópera, e mesmo nos dois, não desmereci os trabalhos em nenhum momento, só de alguns atores e mesmo assim, ainda disse que outros fizeram atuações ótimas...
Sei que eisenstein é um ótimo diretor, mas é mesmo pelo gênero de filme que ele faz que não me agrada muito. Mas reconheço que o cara foi O cara

Obrigada pela visita!

O Narrador Subjectivo on 12 de fevereiro de 2012 às 12:51 disse...

Midnight In Paris é fantástico, e sem dúvida um dos melhores trabalhos de Woody Allen neste milénio. Acho mesmo que vai ganhar o Oscar de Melhor Argumento Original :)

http://onarradorsubjectivo.blogspot.com/

Alan Raspante on 12 de fevereiro de 2012 às 14:32 disse...

Preciso ver O Artista. Me parece que eu vou gostar... Agora, Meia-noite em Paris eu achei sensacional!

David Cotos on 13 de fevereiro de 2012 às 14:32 disse...

Me gusto mucho "Medianoche en París".

Carla Marinho on 13 de fevereiro de 2012 às 19:55 disse...

Oi Dilberto, tudo bem? Adorei seu site!! Amanhã eu coloco ele entre nossos membros. Você pode ir pegando o selinho, viu? Bem vindo ao clube!abraço! Carla

Érica on 14 de fevereiro de 2012 às 16:13 disse...

Lindo demais!!! Meia Noite em Paris valeu o tempo que eu fiquei na fila esperando a minha hora de comprar p ingresso, no cinema. E de tanto gostar, assisti novamente. Emocionante o encontro dele com antigos ídolos da literatura que alimentavam a imaginação dele. Que bom que você gostou, isso significa que eu acertei, pois te considero um dos melhores críticos que já li, com a maior sensibilidade. Beijo grande!!!

Rubi on 15 de fevereiro de 2012 às 17:49 disse...

Dilberto! Fiquei extremamente lisonjeada com seu comentário. Não acredito que você possuía aquela obra prima em VHS! Também já perdi tantos filmes... mas enfim, com o tempo nós vamos recuperando cada um deles.

Em relação ao que disse sobre comédia pastelão, embora os filmes do Chaplin contenham uma bela mensagem, ou uma crítica por trás de toda aquela bagunça que ele costumava fazer, ainda acho que ele seguia o estilo da comédia pastelão, mas com um diferencial que só ele era capaz de fazer. Chaplin é Chaplin. Mas apesar de tudo, ainda prefiro Buster Keaton...

Aliás, muito obrigada pela sugestão. Fiquei encantada com o blog da Ruby. Pode ter certeza que estarei aqui mais vezes!

*Quanto ao seu post, estou extremamente ansiosa para assistir ambos os filmes (em especial O Artista). Apesar de ter visto somente o trailer, gostei bastante de Jean Dujardin. O diretor escolheu muito bem o elenco.

Marcos Rosa on 20 de fevereiro de 2012 às 09:06 disse...

O Artista ainda não vi, estou muito ansioso pra ver. o outro já vi e gostei bastante, muito bom, estou tentando criar inspiração para escrever lá no blog, afinal seu diretor exige responsabilidade, não é? rsrs

 

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