domingo, 13 de janeiro de 2013

Uma Retrospectiva... Cinematográfica?

Uma luz no fim do túnel: um bom começo para 2013... E em grande escala na telona.

Há exatos 13 dias encerrou-se 2012. Não o mundo, como brincavam alguns, mas só o ano. Um período dentro de um contexto de um calendário ou só mais uma volta em torno do Sol, para os mais pessimistas. Para mim, um ano cheio em todos os sentidos, tortuoso em outros tantos, especialmente no segundo semestre, onde assumi mais coisas do que eu poderia dar conta e suportei mais solavancos do que numa viagem costumeira entre pessoas díspares... Mas foi bom, porque aprendi mais do que ensinei e o cheiro de novos ventos de agora me apetecem ao ponto de começar a dar cabo do desanimado começo preguiçoso de 2013... Afinal, são só 13 dias do início de 2013. E um ano pode começar a qualquer momento - e, às vezes, nada cinematográfico...

Sim, porque, afazeres intermináveis e enlouquecedores à parte, uma das coisas que mais me marcaram no ano que se findou foi a falta de arte: escrevi pouco, li menos ainda... E a paixão pela Sétima Arte, neste conturbado segundo semestre, então: as sessões caseiras tiveram de amargar longas esperas entre os cada vez mais espaçados tempos livres. E, entre algumas horas de brincadeiras com a filhota e um longo supermercado de um domingo qualquer, os cochilos da esposa na hora de ver um filme em casa acabavam por também me convidar a descansar alguns minutos antes de um novo rojão explodir...

Mas, a muito custo, de agosto pra cá consegui ver um punhado de filmes com alguns bem-vindos gratuitos 'downloads' da 'internet' - o ótimo exercício de Indiana Jones As Aventuras de Tintin - O Segredo do Licorne, adaptação fidelíssima dos Quadrinhos do belga Hergé; o adorável clássico Meu Amigo Harvey, com um inspirado James Stewart às voltas com seu coelho gigante "imaginário"; o sensivelmente cômico filme de um cada dia melhor Selton Melo com seu ótimo O Palhaço, feito às antigas e merecedor da cada prêmio ganho; o curioso, multifacetado (e, em alguns aspectos, equivocado), porém interessante fim do mundo de Lars VonTrier em Melancolia; e o deplorável Tarantino da homenagem 'trash' aos filmes B dos anos 70 que não funcionou no péssimo À Prova de Morte (pés em close, trilha bacana, três sessões de diálogos interminavelmente chatos e duas mortes absurdas intercaladas!). E foi só! Média de 1 filme por mês (contando a pirataria de estreia de O Cavaleiro das Trevas Ressurge)! Séries cômicas, sessões na TV ou reprises com meus DVDs? Quem sabe em 2013...

E ir ao cinema propriamente dito? Ao longo do ano inteiro fui apenas duas vezes à sala escura: numa, assisti ao ótimo Os Vingadores - e fui com um medo danado, não só de aquela reunião dos medalhões dos Quadrinhos Marvel não resultar num bom filme como também de ter que aguentar aqueles insuportáveis e mal educados companheiros de sessão... Mas a agradável experiência de voltar ao escurinho do cinema (e à infância) ao ver que finalmente acertaram a mão desde o ótimo Homem de Ferro (2003), com a difícil tarefa de reunir tantos heróis num filme só (no que, para mim, foi o melhor arrasa-quarteirão do ano) foi tão boa que até a costumeiramente irritante plateia dos celulares e dos beijos apipocados ficou quietinha por trás dos seus óculos 3D! Na segunda vez, fui ver o ídolo Woody Allen numa divertidamente leve, porém não menos inteligente, sessão no introspectivo Cine Praia Grande com Para Roma, com Amor.

Nem a mais que aguardada "conclusão" da trilogia do meu herói favorito eu vi na tela grande: baixei no dia da estreia e vi em casa mesmo, na madrugada do dia seguinte - e acordei menos de três horas depois para ir trabalhar... Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge foi o mais fraco da era Nolan, mas, mesmo com as tolas resoluções, "bombásticos" 'plots' e algumas equivocadas misturas entre "Batmans" de diferentes eras, o tom heróico-realista desta série empolga e acabei gostando um pouco mais na segunda vez que o vi, no finalzinho do ano passado - agora em HD!

Mas ainda restava o terceiro filme mais aguardado de 2012 - e eu já imaginava reencontrar a telona numa aprazível redenção de fechamento de ano: além dos badalados heróis de plantão, restava na Terra-Média, num tempo perdido, um pequenino ser averso a aventuras, cujo início de saga daria origem à mais bem sucedida adaptação literária de todos os tempos... Mas acabei mesmo vendo O Hobbit – Uma Jornada Inesperada somente nesta semana. E posso dizer que, mesmo com as mudanças (necessárias) dos "estilos" dos anões, com as supressões de muitos momentos interessantes do livro (calma, Smaug só abre o olho no final, para aparecer na sequência) e com os intermináveis acréscimos, oriundos de apêndices de outras obras do escritor J. R. R. Tolkien (o que acabou inflando o que seriam dois filmes para virar uma nova trilogia), o filme funciona bem independente da trilogia de O Senhor dos Anéis - embora, no entanto, algumas persistências em manter uma linearidade com a famosa série condicionem O Hobbit a alguns momentos de incômodo déja vu... Mas ver de novo Gandalf, Galadriel, Saruman e Golum em excelentes diálogos e as belíssimas paragens da Nova Zelândia/Terra Média ao som de mais uma bela trilha de Howard Shore já valem o ingresso! Sem falar dos efeitos espantosamente mais impressionantes (a pele e a respiração de Sméagol nos fazem esquecer, em definitivo, que se trata de uma criatura digital), que já evidenciam o destino dos principais Orcars técnicos do próximo fevereiro...

E assim 2012 acabou-se sem eu ter podido ir ao cinema ver filmes que tanto queria, como Argo, 007 - Operação Skyfall, Na Estrada e À beira do caminho. Mesmo em casa, o escasso tempo livre tampouco me deixou ver títulos bastante elogiados que há muito me aguardam, ansiosos, devidamente baixados no computador: Os IntocáveisDrive, A Separação, Homens de Preto 3 e, vá lá, O Espetacular Homem-Aranha. Mas o ano começa promissor e, caso eu ainda não tenha sido tomado por uma "cinemofobia", vencerei o comodismo dos 'downloads' e correrei o mais breve possível para uma sala escura a fim de ver As Aventuras de Pi, A Viagem, Amor e O Som ao Meu Redor - e, é claro, chamar em seguida os Morcegos para fazermos a devida avaliação por aqui...

Teatro? Uma única vez, ver o fraco 'show' do ótimo Danilo Gentili (prefira vê-lo em vídeo no muito bom Politicamente Incorreto). Um 'show': Paralamas do Sucesso salvou meu ano em homenagem ao Dia do Advogado (gratuito: tenho direito!). Viagem? Uma, exaustiva e meio que obrigada, para Teresina, Piauí. HQs, livros, CDs e DVDs comprados, porém sem a devida conferência - muitos me aguardam mesmo lacrados, no desorganizado e empoeirado escritório do meu apartamento, porque não consegui ainda concluir minha "grande arrumação e limpeza de fim de ano"... Bom, é mais ou menos como diria o amigo Jack Torrance: "Só trabalho, sem diversão, faz de Jack um bobão"... E é como eu já disse, um ano novo pode começar a qualquer momento: e o dos Morcegos (e, de certa forma, o meu também) começa agora.

O Artista filme Crítica de O Artista, por Jader AraújoO Palhaço
             
Os melhores que vi em 2012, em ordem de classificação (da esquerda para a direita), incluindo aí o bom primeiro semestre e o terrível segundo... Mas me faltou avaliar o iraniano A Separação, o norte-americano Drive, o brasileiro À beira do caminho... Coming Soon!

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4 comentários:

Luci on 13 de janeiro de 2013 às 22:29 disse...

preciso ir ao cinema. urgente!
que 2013 tenha muito Morcegos!
bj

cineboy on 14 de janeiro de 2013 às 10:47 disse...

Grande Dilberto! Vi e gostei de O Hobbit também, mas o oscar o ignorou, assim como Argo, o grande vencedor do globo de ouro. Creio que Ben Affleck terá um futuro cada vez mais brilhante como diretor. E estou louco para assistir Lincoln,O Som ao redor,o próprio Argo, que perdi no cinema tal qual vc,Les Miserables, O lado bom da vida, enfim, muitos filmes nesse atribulado ano que começa a mil hehe. Grande abraço meu caro! Beijos na filhota linda que tenho de rever pois já faz muito tempo sem visitá-la. Acho que ela nem sabe quem eu sou haha! Tenho que reparar isso logo! Até mais Dilberto!

Elizabeth F. de Oliveira on 15 de janeiro de 2013 às 17:12 disse...

Bem, meu caro, desejo-te um 2013 mais cultural e divertido. Nem só de trabalho vive o homem, ele precisa de arte, alimento da alma.
Mas, eu também preciso corrigir a minha bem justificada falta de tempo para o cinema. 2013 me aguarde, que vou morar nas telinhas! rsrsrsrs
Abraços, poeta!
E não deixe de dar uma espiadinha em meus poemas, afinal, fazer uma 'pausa para um café', não deixa de ser um programa cultural. rs

Claudinha ੴ on 15 de janeiro de 2013 às 20:29 disse...

Meu DILeto amigo!
Que bom ver o 'velho' Dil de volta!
Gostei de suas impressões sobre os filmes. Eu também não frequentei a telona em 2012. Foi um ano cheio de compromissos a mais, como você. Mas você, certamente viu mais filmes que eu!
Eu e Ana Júlia, minha companheira das Terras Médias (e também das terras do gelo e do fogo), menina do povo das fadas e elfos, fomos a uma cidade vizinha ver O Hobbit. Adoramos! Realmente as cenas de Golum foram especiais, a respiração, o olhar inocente e doentio, a perda do Precious ... Adoro a loucura dos magos, até o cocô de passarinho debaixo do chapéu... Quero ver também Homem Aranha.
No momento, estou encantada e fui arrebatada pela coleção de livros das Crônicas do Gelo e do fogo e a série, que só assisto na medida que leio.
Vamos ver se você assiste mais filmes e nos atiça o desejo de vê-los!
Beijão procê, Jandira e Isabela!

 

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