Em Português, a série é conhecida como Big Bang, A Teoria (tanto no SBT, onde é exibido de madrugada, como nos lançamentos em DVD), mas o título original do seriado tem duplo sentido (como quase tudo que o tresloucado produtor Chuck Lorre faz): tanto deriva obviamente da teoria científica da “grande explosão”, de onde todo o universo teria surgido e continuaria em expansão até hoje (tal como a vida dos personagens, em constante evolução), quanto remete à gíria bang, termo chulo para “sexo” – resultando em algo como “A Teoria da Grande Transa” (ou “coito”, como costuma referir-se o inocente Dr. Cooper).
Sheldon: (BG vindo da TV: trilha sonora dos créditos finais de Indiana Jones) E então, o que achou?
Amy: Foi bom.
Sheldon: Só isso?! "Bom"?!
Amy: Quando você me falou que
eu iria "perder minha virgindade", eu não pensei que você se referia
a me mostrar Caçadores da Arca Perdida pela primeira vez...
Sheldon: Minhas sinceras desculpas:
eu escolhi pobremente as palavras. Eu deveria ter dito que eu faria seu mundo
se revirar em meu sofá! Bem... Obrigado por assistir: é um dos meus clássicos
favoritos...
Amy: Um
bom entretenimento... Apesar do sério problema de roteiro!
Sheldon: Problema de roteiro? (Risos) Oh, Amy... Que tolinha brincalhona que
você é! Caçadores da Arca Perdida é o filho querido da dupla
George Lucas/Steven Spielberg, dois dos mais talentosos cineastas da nossa geração! Eu
mesmo já vi 36 vezes – exceto pelas cenas das cobras e dos rostos derretendo,
que só consegui assistir quando via o filme durante o dia... Eu desafio você a
mostrar esse "problema de roteiro"! Aqui está o meu queixo: faça-o
cair!
Amy: Certo... Indiana Jones não desempenha nenhum
papel no resultado da estória! Se ele não estivesse no filme, tudo aconteceria
da mesma forma!
Sheldon: Eu compreendo
sua confusão, você não entendeu: Indiana Jones era o de chapéu e chicote
(apontando para o personagem na capa do DVD)!
Amy: Não, eu entendi,
sim: mesmo ele não estando no filme, os nazistas teriam achado a arca, teriam
levado a arca à ilha e a teriam aberto e todos morreriam... Do mesmo jeito que
aconteceu!
Sheldon: (de boca aberta de
espanto, com o queixo caído) ...
Amy: Deixe-me
fechá-la pra você...
(...)
Howard: Espere aí, espere aí… Se não
fosse Indiana Jones, a arca jamais teria terminado naquele armazém!
Sheldon: (suspiro de alívio) É verdade!
Ele pegou a arca e a entregou às autoridades competentes para arquivamento!
Raj: Como um herói!
Todos: É! Isso! Sim!
Leonard: Entretanto, tecnicamente, era
para Indy levar a arca a um museu para ser estudada... E nem isso ele conseguiu!
Todos: Aaah!
(Episódio 04 da Sétima Temporada de The Big Bang Theory)
Para os fãs da trilogia Indiana Jones (sim,
trilogia, pois quem é fã realmente jamais reconhecerá a bobagem Indiana
Jones e O Reino da Caveira de Cristal como digno da genial
franquia Lucas/Spielberg), o único problema de roteiro de Caçadores
da Arca Perdida (1981), primeiro longa da série, teria sido mesmo a "questão
do submarino", aquela famosa cena em que o famoso arqueólogo surge sobre um
submarino alemão para, em seguida, aparecer já na ilha a combater esses inimigos –
como ele teria sobrevivido pelo caminho sem ser descoberto se o submarino, para
deslocar-se, teria que imergir? Bom, isso até bem pouco tempo, quando fãs do mundo todo perceberam que o problema da estória poderia ser bem mais profundo depois da "revelação" dos destruidores diálogos citados acima, desta que é a
melhor comédia televisiva da atualidade: The Big Bang
Theory, sitcom que aborda, com bastante irreverência,
o universo nerd de Cinema, Quadrinhos (especialmente os da DC, divisão da Warner Bros.), colecionáveis, jogos e
séries de TV de fantasia e ficção científica nas vidas de quatro amigos cientistas, sua
vizinha sexy do apartamento em frente e os dilemas do amadurecimento.
Cada dia mais vista e amada, a "comédia #1" dos EUA, com seu excelente quarteto cômico (acrescido do igualmente ótimo elenco de "escadas" femininas) mais famoso e premiado dos últimos tempos, à primeira vista pode até soar como uma espécie de Os Trapalhões em nível sofisticado, tamanha a dimensão quixotesca dos personagens diante de questões sociais – especialmente no trato com as mulheres (questão mais ou menos resolvida atualmente com a maioria dos protagonistas, todos já devidamente integrados com suas caras metades desde a quarta temporada)... Tanto é assim que, em dado episódio, Dr. Sheldon Cooper, vivido pelo premiado astro Jim Parsons (espécie de "Didi genial" do universo TBBT, personagem central em volta do qual os demais orbitam), comenta, com a fina ironia da série, numa loja de Quadrinhos e colecionáveis (seu habitat favorito, depois da loja de trens...): "Há dias não vemos o Raj... Será que ele saiu do nosso grupo e teremos que colocar outro em seu lugar? Desta vez, sugiro um latino" - num adorável autodeboche metalinguístico!
Assim, neste grupo de tipos marcados, temos o astrônomo indiano metrossexual radicado nos EUA, Raj Koothrappali (Kunal Nayyar), que até pouco tempo só conseguia vencer a timidez com as mulheres se bebesse algo alcoólico; o judeu "filhinho de mamãe" supercontroladora, o engenheiro engraçadinho Howard Wolowitz (Simon Helberg), o único a "virar" astronauta, casar-se e ter "somente" Mestrado; o gentil e "normal" físico experimental Leonard Hoffstadter (Johnny Galecki), que, entre inúmeras idas e vindas, é o eterno namorado de Penny (Kaley Cuoco), a loira bonita e aparentemente não tão inteligente, que sonha em ser atriz, mas que só conseguiu mesmo um emprego "temporário" como garçonete; e o físico teórico Sheldon (Parsons), o assexuado e quase-autista cientista nerd ao extremo (pelo que mostra na série, ele teria a conhecida "Síndrome de Asperger", questão somente ventilada no seriado: "Eu não sou louco! Minha mãe fez todos os testes em mim!"), que sonha em conquistar o prêmio Nobel. Sem esquecer as garotas Amy (a eterna Blossom, Mayim Bialik, que cresceu e voltou a atuar, depois de anos trabalhando como uma neurocientista de verdade) e Bernadette (Melissa Rauch), que, de pequenas participações, passaram a integrar o elenco fixo, além dos adoráveis coadjuvantes Stuart (Kevin Sussman), o deprimido dono da loja de Quadrinhos, e Wil Wheaton (vivendo ele mesmo, ator de Star Trek - A Nova Geração), primeiramente como um nêmesis para Sheldon e, atualmente, um cara legal. Ah, e é claro, sem podermos esquecer os "coadjuvantes de luxo", participações mais que especiais em, muitas vezes, mais de um episódio - como o físico Stephen Hawking e o eterno Leonard "Sr.Spock" Nimoy, de Jornada nas Estrelas.
Cada dia mais vista e amada, a "comédia #1" dos EUA, com seu excelente quarteto cômico (acrescido do igualmente ótimo elenco de "escadas" femininas) mais famoso e premiado dos últimos tempos, à primeira vista pode até soar como uma espécie de Os Trapalhões em nível sofisticado, tamanha a dimensão quixotesca dos personagens diante de questões sociais – especialmente no trato com as mulheres (questão mais ou menos resolvida atualmente com a maioria dos protagonistas, todos já devidamente integrados com suas caras metades desde a quarta temporada)... Tanto é assim que, em dado episódio, Dr. Sheldon Cooper, vivido pelo premiado astro Jim Parsons (espécie de "Didi genial" do universo TBBT, personagem central em volta do qual os demais orbitam), comenta, com a fina ironia da série, numa loja de Quadrinhos e colecionáveis (seu habitat favorito, depois da loja de trens...): "Há dias não vemos o Raj... Será que ele saiu do nosso grupo e teremos que colocar outro em seu lugar? Desta vez, sugiro um latino" - num adorável autodeboche metalinguístico!
Assim, neste grupo de tipos marcados, temos o astrônomo indiano metrossexual radicado nos EUA, Raj Koothrappali (Kunal Nayyar), que até pouco tempo só conseguia vencer a timidez com as mulheres se bebesse algo alcoólico; o judeu "filhinho de mamãe" supercontroladora, o engenheiro engraçadinho Howard Wolowitz (Simon Helberg), o único a "virar" astronauta, casar-se e ter "somente" Mestrado; o gentil e "normal" físico experimental Leonard Hoffstadter (Johnny Galecki), que, entre inúmeras idas e vindas, é o eterno namorado de Penny (Kaley Cuoco), a loira bonita e aparentemente não tão inteligente, que sonha em ser atriz, mas que só conseguiu mesmo um emprego "temporário" como garçonete; e o físico teórico Sheldon (Parsons), o assexuado e quase-autista cientista nerd ao extremo (pelo que mostra na série, ele teria a conhecida "Síndrome de Asperger", questão somente ventilada no seriado: "Eu não sou louco! Minha mãe fez todos os testes em mim!"), que sonha em conquistar o prêmio Nobel. Sem esquecer as garotas Amy (a eterna Blossom, Mayim Bialik, que cresceu e voltou a atuar, depois de anos trabalhando como uma neurocientista de verdade) e Bernadette (Melissa Rauch), que, de pequenas participações, passaram a integrar o elenco fixo, além dos adoráveis coadjuvantes Stuart (Kevin Sussman), o deprimido dono da loja de Quadrinhos, e Wil Wheaton (vivendo ele mesmo, ator de Star Trek - A Nova Geração), primeiramente como um nêmesis para Sheldon e, atualmente, um cara legal. Ah, e é claro, sem podermos esquecer os "coadjuvantes de luxo", participações mais que especiais em, muitas vezes, mais de um episódio - como o físico Stephen Hawking e o eterno Leonard "Sr.Spock" Nimoy, de Jornada nas Estrelas.
Mas voltando à "Teoria da Amy" do início deste texto, sobre o maior arqueólogo do Cinema ser, na verdade, um personagem inócuo: discordo veementemente! E creio ter faltado aos rapazes
um pouco mais de perspicácia em meio aos seus QIs altíssimos! Afinal, apesar da
surpresa inicial, que me deixou tão desarmado quanto os protagonistas, recorri
a uma boa revisão mental de todo aquele excelente filme – sem mencionar uma olhadela nos inúmeros fóruns de
discussões levantados na internet sobre este polêmico episódio,
que também colaboraram em minhas elucubrações – e cheguei a uma conclusão
que bem poderia confrontar a devastadora tese da neurocientista e, por fim,
trazer um pouco de paz ao sono de Sheldon: não, Indiana jamais não foi irrelevante
a Caçadores da Arca Perdida! Basta imaginar que, se não
fosse pela sua bravura ininterrupta, não teríamos um sobrevivente para contar aquela
história incrível (não esquecendo a Marion, vivida pela atriz Karen Allen, que só estava lá por
causa de Indy) – além do fato de que, sem o nosso herói, após o derretimento
dos nazistas pelos “fogo e fúria de Deus” naquela inóspita ilha isolada do resto do
mundo, jamais se teria acesso ou mesmo noção sobre o poder devastador da Arca
da Aliança...
Sim, Indiana Jones pertence àquela honorável casta de personagens-narradores que, sobrevivendo a uma tragédia, traz os seus fatos para a posteridade na forma de um filme ou de uma narrativa literária (como no livro Moby Dick, onde o ponto de vista do único sobrevivente ao massacre da grande baleia branca é que “conta” a saga de obsessão do capitão Ahab ao leitor): em outras palavras, sem Indy em Caçadores, toda a epopeia que adoramos acompanhar desde nossas estimadas infâncias entraria em colapso de início! Desta forma, o aventureiro merece continuar figurando como um dos grandes ídolos da ficção entre os adoráveis nerds do seriado, merecendo inúmeras outras homenagens em qualquer episódio deste adorável seriado – como naquele hilário, em que, no desespero depois de perder a única exibição especial no cinema, com 21 segundos adicionais do grande filme estrelado por Harrisson Ford, Sheldon e seus amigos fogem correndo com as latas do filme, escapando do seu então inimigo Wil Wheaton e de uma horda de fãs ensandecidos, tal qual Indiana Jones na fuga dos nativos (com direito a brincadeira com o herói: "Por que nunca se encontra um hidroavião quando se precisa de um?").
Caçadores da Arca Perdida continua, pois, uma obra-prima absoluta, ricamente influenciada pelos antigos seriados em episódios do Cinema e influenciável até hoje quando se trata de bom entretenimento, seguindo como um dos maiores triunfos do épico Cinema de Aventura e Fantasia que dominou a mente de tantos jovens por toda uma década, entre os anos de 1977 (com o “marco-zero” Guerra nas Estrelas) e 1987 (com o mordaz Robocop) – e que só voltaria a ter um breve suspiro novamente com os pequenos clássicos modernos de Matrix e O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel, no fim dos anos 90! E isso é um tema que uma série enraizada nos dramas e nas alegrias de jovens nerds brilhantes jamais poderá deixar de abordar!
Com a alma lavada face ao dever cumprido após tanto tempo empenhado em devolver a dignidade a um personagem tão caro, creio poder refletir-me numa pequena autoanálise no melhor estilo Sheldon Cooper: sim, além de atuante na área do Direito, sou escritor, cinéfilo por todos os gêneros e nacionalidades, além de apreciar bons seriados na televisão (com uma queda particular pelas comédias e pelo universo fantástico), atualmente, não perdendo um episódio de Breaking Bad e The Big Bang Theory. Também curto muito as HQs dos grandes heróis da DC Comics (dentre outros Quadrinhos independentes), tenho em casa centenas de colecionáveis (entre veículos e personagens, além de CDs, DVDs e BDs, sem mencionar inúmeras camisetas com estampas vintage de símbolos da cultura pop, como Batman e Vingadores) e costumo devorar Literatura, dos clássicos em prosa e verso ao sempre moderno gênero da ficção científica, atualmente lendo dois livros em paralelo – pela primeira vez o interessante compêndio The Big Bang Theory e A Filosofia: Pedra, Papel, Tesoura, Aristóteles, Locke e recordando o clássico Admirável Mundo Novo –, mas não suporto longos textos carregados de informação e cheios de referências, além de não ter nada em comum com o Sheldon (como levar alguns minutos procurando o melhor lugar no cinema...). Sim, posso dizer, com convicção, que não, eu não sou nerd... BAZINGA!
Sim, Indiana Jones pertence àquela honorável casta de personagens-narradores que, sobrevivendo a uma tragédia, traz os seus fatos para a posteridade na forma de um filme ou de uma narrativa literária (como no livro Moby Dick, onde o ponto de vista do único sobrevivente ao massacre da grande baleia branca é que “conta” a saga de obsessão do capitão Ahab ao leitor): em outras palavras, sem Indy em Caçadores, toda a epopeia que adoramos acompanhar desde nossas estimadas infâncias entraria em colapso de início! Desta forma, o aventureiro merece continuar figurando como um dos grandes ídolos da ficção entre os adoráveis nerds do seriado, merecendo inúmeras outras homenagens em qualquer episódio deste adorável seriado – como naquele hilário, em que, no desespero depois de perder a única exibição especial no cinema, com 21 segundos adicionais do grande filme estrelado por Harrisson Ford, Sheldon e seus amigos fogem correndo com as latas do filme, escapando do seu então inimigo Wil Wheaton e de uma horda de fãs ensandecidos, tal qual Indiana Jones na fuga dos nativos (com direito a brincadeira com o herói: "Por que nunca se encontra um hidroavião quando se precisa de um?").
Caçadores da Arca Perdida continua, pois, uma obra-prima absoluta, ricamente influenciada pelos antigos seriados em episódios do Cinema e influenciável até hoje quando se trata de bom entretenimento, seguindo como um dos maiores triunfos do épico Cinema de Aventura e Fantasia que dominou a mente de tantos jovens por toda uma década, entre os anos de 1977 (com o “marco-zero” Guerra nas Estrelas) e 1987 (com o mordaz Robocop) – e que só voltaria a ter um breve suspiro novamente com os pequenos clássicos modernos de Matrix e O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel, no fim dos anos 90! E isso é um tema que uma série enraizada nos dramas e nas alegrias de jovens nerds brilhantes jamais poderá deixar de abordar!
Com a alma lavada face ao dever cumprido após tanto tempo empenhado em devolver a dignidade a um personagem tão caro, creio poder refletir-me numa pequena autoanálise no melhor estilo Sheldon Cooper: sim, além de atuante na área do Direito, sou escritor, cinéfilo por todos os gêneros e nacionalidades, além de apreciar bons seriados na televisão (com uma queda particular pelas comédias e pelo universo fantástico), atualmente, não perdendo um episódio de Breaking Bad e The Big Bang Theory. Também curto muito as HQs dos grandes heróis da DC Comics (dentre outros Quadrinhos independentes), tenho em casa centenas de colecionáveis (entre veículos e personagens, além de CDs, DVDs e BDs, sem mencionar inúmeras camisetas com estampas vintage de símbolos da cultura pop, como Batman e Vingadores) e costumo devorar Literatura, dos clássicos em prosa e verso ao sempre moderno gênero da ficção científica, atualmente lendo dois livros em paralelo – pela primeira vez o interessante compêndio The Big Bang Theory e A Filosofia: Pedra, Papel, Tesoura, Aristóteles, Locke e recordando o clássico Admirável Mundo Novo –, mas não suporto longos textos carregados de informação e cheios de referências, além de não ter nada em comum com o Sheldon (como levar alguns minutos procurando o melhor lugar no cinema...). Sim, posso dizer, com convicção, que não, eu não sou nerd... BAZINGA!
"Penny! Penny! Penny!..."
Recombinando heróis há sete temporadas... E para sempre!