segunda-feira, 15 de junho de 2015

As Melhores Sequências de Abertura e Final:
PARTE II

Tarefa das mais difíceis é compor uma lista igual a essa, uma vez que muitos filmes possuem aberturas incríveis, como Patton ou Lawrence da Arábia, mas não são grandes "filmes de final", como se dá com A Ponte do Rio Kwai ou O Pagador de Promessas... Mas creio terem os Morcegos conseguido um belo resultado, passeando entre nacionalidades, estilos, anos de produção e diretores completamente diferentes entre si, mas com filmes que têm algo muito interessante em comum: arrebatar o espectador de cara e, ao fim, ainda conseguir extasiá-lo com um gosto residual delicioso... Tudo num só pacote! Ou melhor, num só filme...

Tarefa das mais divertidas é um exercício mental igual a esse: buscar na calejada memória afetiva por títulos que reúnam abertura e final (só um ou outro, no mesmo filme, não serve: ambos devem estar presentes!) que mereçam nossas eternas láureas (e lutando para ser justo em lembrar exatamente todos os que mereçam tal honraria sem esquecer nenhum digno de nota)! Eis a nossa PARTE II das melhores sequências de abertura e final do Cinema (e não deixe de conferir a primeira parte desta demolidora lista cinematográfica aqui):

30 - De volta para o futuro...

Centenas de relógios na misteriosa casa de um cientista maluco marcam o tempo desde o mais tenro início do filme - só que 20 minutos atrasados! As antigas viagens no tempo da ficção científica fundidas ao melhor da moderna comédia oitentista, do início ao fim, com a já clássica cena final do DeLorean voador, que tem de "voltar para o futuro" para ajudar os filhos de Marty McFly:
- Ei, Doc, nessa rua não há espaço para alcançarmos 88 milhas por hora! 
- Rua?! Para onde vamos não precisamos de rua...

29 - Monstros S.A.
Logo depois de uma animada abertura com os créditos (o que, por aqui, não conta...), vemos o que parece ser um legendário ataque de um monstro saído das memórias de nossa infância, adentrando o quarto de um menino à noite, vindo diretamente do clássico armário no fundo - e, instantes depois, descobrirmos que aquilo não passava de uma simulação supervisionada para um simpático monstrinho conseguir um cargo na concorrida empresa Monstros S.A., onde, no mundo paralelo de Monstrópolis, os gritos de cada garotinho assustado de cá gera energia por lá! Inúmeros outros arroubos de criatividade depois (portas dimensionais, conspirações de megacorporações etc.), um final lindamente emocionante: o reencontro da garotinha 'Boo' com o seu monstro fofinho favorito...

28 - O Sexto Sentido
O impacto das cenas iniciais, onde o bem sucedido psiquiatra vivido por Bruce Willis é baleado por um assustador jovem ex-paciente que invadiu sua casa, só é vencido pelos instantes finais, onde o choque da surpreendente revelação sobre o personagem marcou plateias do mundo inteiro - e gerou inúmeras imitações de reviravoltas mirabolantes por muitos outros filmes (o próprio diretor Shyamalan virou refém de si mesmo nesse aspecto). Igualmente inesquecível é o ainda garotinho Haley Joel Osment, que se eternizou nas mentes de milhões com seu belo rostinho assustado e sua clássica frase - Eu vejo pessoas mortas...

27 - Poltergeist - O Fenômeno
Que O Chamado, que nada: muito antes de os japoneses descobrirem as terríveis possibilidades de um inocente televisor, Spielberg e cia. já haviam levado portais dimensionais televisivos a plateias aterrorizadas do mundo inteiro no comecinho dos anos 80! Tanto é que a abertura deste clássico já mostra a inesquecível Carol Anne (a linda loirinha Heather O'Rourke, que morreria "misteriosamente" pouco tempo depois do terceiro filme, aos 12 anos) conversando com alguém do outro lado pela TV - que, ao final, é devidamente expulsa do quarto de hotel para onde foge a família toda depois de sua casa ser literalmente sugada para o além! Terror com crítica sócio-comportamental é isso aí: televisão - fora!

26 - Evil Dead - A Morte do Demônio
 O Mal (e não o "Demônio", como quis forçar a tradução do subtítulo "explicativo" em Português) espreita vivo entre as árvores de uma floresta abandonada e ameaça o já clássico Oldsmobille Delta 88 amarelo de Ash e sua turma pela estrada logo no começo do filme, na chegada à famosa casa no alto de uma assustadora colina, onde, depois de despertado e fortificado com a redescoberta do Necromicon, o Livro dos Mortos, pelos jovens, ainda ressurge no final, naquela incrível correria instantes antes de o último sobrevivente tentar deixar o macabro local - ponto para a então revolucionária criação cinematográfica do estreante diretor Sam Raimi: a steadycam, que pela primeira vez no Cinema dava mobilidade no manuseio de uma câmera, que podia correr sem tremer ou prejudicar a filmagem!

25 - Vinhas da Ira
 
Tudo absolutamente impecável nesta linda adaptação do clássico literário de John Steinback, desde o belo retorno da prisão do célebre Tom Joad (magistralmente interpretado pelo grande Henry Fonda), numa belíssima fotografia em preto e branco, descobrindo que sua família continua com muitas dificuldades em meio à Grande Depressão e tendo que acompanhar a derrubada de sua casa pela empresa proprietária daquelas terras, vivenciando a dura nova experiência de perambular dentro de um caminhão (que também lhes servirá de abrigo e moradia) em busca por um lugar melhor, até a "cena do discurso social" - Onde houver injustiça... Eu estarei lá! - e a cena final, onde a igualmente brilhante Jane Darwell, personificando a mãe do protagonista, carimba o célebre desfecho deste clássico do Cinema social: - Nós viveremos para sempre, porque nós somos o povo!

24 - O Beijo no Asfalto/ Assalto ao Trem Pagador
Mais um empate técnico entre dois grandes clássicos nacionais: o primeiro ficou imortalizado pela cena final, com o famoso e polêmico beijo entre Tarcísio Meira e Ney Latorraca; mas, já em sua bela abertura, marcou plateias nacionais ao mostrar outra vítima no asfalto, o painel frontal do ônibus abalroador ensanguentado, passantes em volta do corpo coberto por jornal no chão e uma menininha contra o vidro do coletivo, olhando tudo, numa cena inicial tão pungente quanto o famoso desfecho do filme, baseado na peça homônima de Nelson Rodrigues.

Já no segundo filme brasileiro, o trem pontua as belas cenas do início do instigante clássico policial, que termina com a grande revelação (atenção: spoillers!): o dinheiro do assalto estava o tempo inteiro no guarda-roupa velho na casa do líder do grupo, que é quebrado a machadadas depois de tantas dores e perdas da pobre família, que, fugindo do animalesco avanço de jornalistas, fotógrafos e policiais por sobre as centenas de cédulas, segue para longe daquele dinheiro maldito...

23 - O Rei Leão
O ciclo da vida, tão lindamente cantado na abertura, é ricamente interpretado através de belas imagens de animais e savanas africanas diante da apresentação de Simba, o novo príncipe da selva, que viverá duras agruras e divertidas aventuras até crescer e se tornar o sábio novo rei - ocasião em que aquela bela música fecha o ciclo, com a apresentação do seu filho, o novo herdeiro do Reino Animal.

22 - Sangue Negro
Depois de um duro, porém preciosíssimo, começo, com uma longa sequência silenciosa nos apresentando a obstinação cega e meticulosa de Daniel Plainview (até cálculos brotam na tela, enquanto o maior anti-herói do Cinema contemporâneo imerge num buraco de garimpo do século XIX, em meio a uma belíssima fotografia escura), eis que acompanhamos a ascensão de um monstruoso personagem misantropo (monstruosamente caracterizado pelo sempre genial Daniel Day-Lewis) pela sua gananciosa busca por poder, até chegarmos ao clímax de sua decadência moral na já icônica cena do assassinato na pista de boliche: - Agora, terminei!

21 - Gravidade
 A imensidão do espaço diante da Terra em mais um "dia normal" de trabalho para aqueles astronautas antes de uma incrivelmente realista sequência de desastre graças a alguns poucos meteoritos dão início ao sufocantemente belo Gravidade, que, depois de algumas sequências nem tão realistas assim, acaba por nos entregar um dos mais bonitos finais do Cinema, com a volta (e o renascer pela água) à Terra da personagem pungentemente vivida por Sandra Bullock. 

20 - Apocalypse Now 
- O horror... O horror... As clássicas palavras do Coronel Kurtz (um quase divino Marlon Brando), que teria "enlouquecido" e passado a liderar uma coletividade de nativos numa espécie de misto entre exército e "sociedade alternativa" no Canboja durante a polêmica guerra do Vietnã, parecem percorrer o filme inteiro, desde as cenas iniciais das explosões e do napalm espalhado em uma aldeia no meio da selva ao som do clássico This is the end, do The Doors, passando pelos ventiladores constantes que atormentam o jovem capitão Benjamin Willard (Martin Sheen) com suas lembranças das hélices demoníacas dos helicópteros do Exército norte-americano, até o irracional final, numa primorosa edição entre o assassinato de Kurtz por Willard e a morte de um boi pela tribo - mas não sem antes sermos brindados com outra cena antológica, com Martin Sheen emergindo das águas para a sua cruel missão, e, ainda, uma última cena final, com o genial Coppola nos lembrando que se trata de uma adaptação de No Coração das Trevas, clássico literário de Joseph Conrad, com Sheen voltando a descer o rio na sua barca, cheio de dolorosas reflexões sobre a existência... Ah, sem esquecer do igualmente belo final alternativo da versão Redux, com todo o megalomaníaco cenário da tribo a explodir... 

19 - A primeira noite de um homem
Outra conexão interessante do mesmo diretor de Closer: Nichols, falecido recentemente, entrega, de início, o distanciamento do personagem recém-formado (Dustin Hoffmann, impagável em começo de carreira) que, chegando de avião e passando em frente à câmera, de perfil (ao som da inesquecível The Sound of Silence, de Simon e Garfunkel), pela passadeira rolante do aeroporto, acaba o filme com o mesmo senso perdido em relação ao seu futuro - e isso depois de roubar a lindíssima Katherine Ross de seu casamento, numa das cenas mais antológicas do Cinema, e seguir com ela em fuga num ônibus escolar (!), sem ter a menor ideia do que será dos dois...

18 - 
Crepúsculo dos Deuses
A provocação já começa nas primeiras cenas, com plano sequência pelas calçadas de Hollywood (e título do filme na sarjeta!) até o roteirista morto na piscina, que contará, do além, sua saga por entre os podres da meca hollywoodiana. O final não poderia ser mais alucinante: o delírio da ex-estrela, agora decadente, que, diante da multidão de policiais e jornalistas em sua casa por causa do assassinato, olha para uma das câmeras e solta a célebre frase - Tudo bem, Sr. DeMille: estou pronta para o meu close-up...

17 - Era Uma Vez no Oeste
Sergio Leone em seu apogeu de Poesia de imagens detalhistas e cheias de suspense em torno dos seus rudes protagonistas/antagonistas, desde o duelo de olhares do início, com a chegada à estação ferroviária do estranho Harmonica (porque o sujeito sempre preferia tocar sua gaita a falar), até o final mergulhado em várias mortes e vinganças, com o injusto abandono de uma linda Claudia Cardinale por um obsessivamente vingativo Charles Bronson...

16 - Superman - O Filme


Como a primeira grande adaptação em longa-metragem de um super-herói de Quadrinhos (a primeira havia sido o camp Batman, de 68) deveria começar? Com a pompa e a circunstância de cortinas teatrais se abrindo para uma projeção-espetáculo, claro! Ainda mais quando o som de um projeção mais antiga, remontando ao ano de criação do personagem (1938), passa a exibir um prólogo com singelas imagens em preto-e-branco das mãos de uma criança folheando a primeira revistinha do Super-Homem... 

Ao fundo, a música-tema de John Williams começa a entoar a maravilhosa sequência seguinte - mesmo fugindo do tema, vez que não entram nesta lista sequências de créditos, é impossível não se emocionar com os nomes dos grandes atores e demais artistas envolvidos voando por sobre estrelas! Para completar, após a "viagem" dos créditos iniciais, acabamos parando em Krypton, onde as primeiras palavras do imortal Marlon Jor-El Brando são "Isso não é fantasia!", culminando com o já clássico "Você se curvará diante de mim, Jor-El, vocês dois: você e no futuro o seu filho", no julgamento de Zod - coisa de gênio... Palmas para Richard Donner e Tom Mankiewicz!

Depois desta impactante sequência "tripla" do começo (prólogo + créditos + cenas iniciais: consideramos aquele prólogo como as primeiras cenas ou tudo começa no planeta Krypton? Na dúvida...), nada mais idílico e belo do que, ao final, após alguns diálogos inspiradíssimos, como que tirados de alguma revistinha antiga (entre Lois e Jimmy Olsen; Luthor e o Diretor da prisão), o nosso "salvador" cheio de superpoderes voa por sobre a Terra de maneira plácida, lembrando um balé com todos aqueles maneirismos do saudoso Christopher Reeve, depois de "salvar o mundo outra vez" (na verdade, fora a primeira...) - capaz até de olhar para a câmera, segundos antes de os créditos finais subirem para encerrar tudo, para dar um charmoso sorriso cúmplice com a plateia... Não poderia existir final mais incrível para um super-ser!

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1 comentários:

Suzane Weck on 26 de junho de 2015 às 19:49 disse...

Ola ,realmente esta lista de filmes com estilos diferenciados e arrebatadores esta excelente.Deve ter dado grande trabalho selecionar, para o grande publico se beneficiar com as escolhas.Eu em particular ,com meu espírito inconfundivelmente romântico passo para primeiro lugar"O Rei Leão",que aliás já fiz uma postagem cantando com minha filha caçula. Parabéns pela excelência de tuas postagens,sempre muito bem escritas e elaboradas.Grande abraço da SU.

 

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