domingo, 30 de dezembro de 2018

Minha Sentimental Exposição de Fotos...
PARTE I

"Vencer... Não Vender..."
Juro que li, à primeira vista, "Aqui temos amor pra dar e VENCER" - no que achei bem melhor do que o real adágio pintado... Vençamos: o que é posto à venda e o que de difícil estiver por vir...
Autoria da foto: Dilberto L. Rosa

Descobri-me, sem querer, um fotógrafo. Assim mesmo, sem maiores equipamentos; limitado tão somente a um celular de resolução apenas razoável - e talvez, por tais razões, privilegiado pelas surpresas de nuances de luz, sombra e cores jamais previstas... O importante é simplesmente registrar o momento de algo poético - e cá estão alguns dos mais interessantes deste ano que se encerra: dois cafés no Centro (o de cima, mais limitado, contava com o lema decorativo de parede/tela inteira que aparece na foto; o de logo abaixo, uma viagem no tempo, quase um museu, e, por isso, com preços exorbitantes); um pôr do sol da Baía de São Marcos, visto do Palácio dos Leões (não me lembro de estilizá-la; só o celular para responder se foi aplicado algum filtro...); a Igreja de Nossa Senhora dos Remédios (nesse houve filtro para realçar as cores) e o antigo Colégio Dom Bosco onde estudei - ambos no Centro; uma ida para buscar as crianças na escola em duas partes - parando rapidamente na Litorânea para ver o mar; chegando em casa, percebendo um grande gafanhoto na moto vizinha de vaga; a fantasia de um "flagrante furtivo" na grande serpente marinha ludovicense que "surgiu" na Lagoa da Jansen, enquanto meu filho corria de bicicleta num domingo nublado; dois belos pores do sol de diferentes lados do meu apartamento; e um último adeus ao "sol de 2018", esperando que novas luzes apontem mais belos caminhos para um feliz 2019 (com efeito de fade in)... Clique nas imagens para ampliá-las:

"Batidas na porta da frente - é o Tempo"                          "Sol Amarelo-Manga"           
"Fé Azul"
"Aprender em Ruínas"
"O que ficou pra trás com o mar logo ali em frente..."
"Grasshopper Born to Be Wild"
"- Olha o Monstro da Lagoa, Meu Filho!"
"Céu pisado de nuvem batida"                                      "Sol Chiaroscuro"        
"Impressão: Sol Poente"
Todas as fotos: autoria de Dilberto L. Rosa

domingo, 23 de dezembro de 2018

Alguma Poesia Antes do Natal...

Minhas mãos, estranhamente, começam a suar vermelho - como se derretessem... Discretamente, corro cabisbaixo para o banheiro e me tranco para descobrir o que receava: da face já escorre, por baixo da barba, um caldo lilás, e não há papel higiênico que absorva ou controle o tanto que se esvai! Eu sabia - e já me haviam alertado num meme que sempre recebia, a essa época, mas ignorava: tanto poderia ter sido o forçado ouvir da "Palavra", quanto o excesso de sorrisos e efusivos  apertos de mãos ou ainda o sem-número de fotos de cada confraternização... O certo é que agora não havia mais saída: logo seria meia-noite, tudo se concentraria e eu poderia não sobreviver! O estranho é que, pra mim, antes de começar a deixar de ser, poderia jurar que faltava pouco para o Natal e, agora, torcendo para que o corredor silenciasse e eu, afinal, pudesse fugir pela área de serviço direto pelas escadas, só ouço "feliz ano novo" aos gritos e risadas, a me atormentar meu resto de lucidez - Há quanto tempo estou aqui, meu Deus?...
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Fiando 

Sim, eu me encontro exaurido
neste ano, mais do que perdido,
Às portas das alegrias emolduradas,
Presenteadas e muito bem editadas
De qualquer Natal de rede social
- Ando sem apetite, não quero ceia,
Só em saber que por aí gorjeias
Pelos shoppings da Capital...
Acho que peguei uma distensão,
Diarreia de sonhos e imaginação
Só de olhar salpicão e pavê
(Medo mesmo de tudo isso ser contagioso
Nesse tempo lucrativo de gosto duvidoso
Em que nada recebi de você...)!

(Dilberto L. Rosa)

domingo, 16 de dezembro de 2018

Super80

Super-Homem na realista arte em pintura de Alex Ross
A história do último sobrevivente do extinto planeta Krypton que, enviado à Terra por seus pais, cresce como alguém à prova de balas, mais rápido que uma locomotiva e capaz de cruzar os céus com sua reluzente capa vermelha e seu inconfundível S no peito, brilhantemente criada por dois jovens, tímidos, pobres e incautos artistas judeus (e injustiçados em direitos autorais: roteirista Jerry Siegel e desenhista Joe Shuster), é conhecida de praticamente todo o mundo - mas como e por quem essa história é contada, tirando-se e se acrescentando elementos definidores e definitivos ao primeiro super-herói da História (apesar de o Fantasma e El Zorro terem vindo antes), fez muita diferença ao longo deste 80 anos desde a primeira aparição do Super-Homem em Action Comics n. 1, de abril de 1938.

De "homem forte do circo" a alienígena em azul-escuro... e sem sunga!
Nestas oito décadas bem vividas, ele, que só conseguia dar grandes saltos, evoluiu para o famoso voo; deixou de ser o "último kryptoniano" e descobriu milhares de outros sobreviventes (como o nefasto General Zod e seu bando; sua prima mais velha, Kara Zor-El, a Supergirl; a população inteira da "cidade engarrafada" de Kandor; e até seu cachorrinho de estimação, Krypto!); descobriu que a radiatividade de um meteorito verde (que, depois, também se revelou com as possibilidades de várias outras cores, com diferentes efeitos) de seu planeta natal podia drenar seus poderes até a morte; e, sim, já morreu, "ressuscitou", casou-se com sua repórter favorita e viu seus traços e sua indumentária mudarem inúmeras vezes (imagem acima à direita, atualmente sem a sunga vermelha). Isso sem falar nas inúmeras releituras feitas por vários roteiristas, sendo as mais famosas as de John Byrne (que não aprecio muito, pelo excesso de sorrisos e reformulações humanas), no período de reinício após a Crise nas Infinitas Terras (afinal, havia "super-homens demais" em histórias - ou "Terras" - paralelas...), e a mais recente de Grant Morrisson (que, como normalmente faz em sua carreira, apenas recria momentos já vividos pelo personagem que visa "modernizar - como o fez em Superman - Grandes Astros)...

Todos os Super-Homens do Cinema e da TV: à direita: os atuais.
Por isso, ao longo de tantas reformulações e adaptações dos Quadrinhos para as mais diversas mídias - como as muitas produções feitas para a Rádio e o Cinema (em que estreou com 19 episódios de animação e, até hoje, já esteve em 9 filmes-solo e mais duas participações, nos mais recentes Batman vs Superman e Liga da Justiça), a Televisão (dois seriados entre os anos 80 e 90; o mais longevo e famoso, Smallville; afora a recente participação de luxo em Supergirl, neste ano), os games e até para o Teatro (pois é: fizeram espetáculo camp na Broadway com o personagem...) -, Super-Homem, ou Superman, como a opressora e bilíngue indústria quer que o chamemos atualmente, já mudou bastante, porém sem jamais alterar sua postura de "escoteiro", altivo defensor da verdade, do bom-mocismo e do imperialista american way of life...
SuperVelho... 

Seja como for, trata-se de um legítimo mito (este, sim...), quase um semideus grego, como Hércules, ou um profeta engrandecido com poderes divinos, como Moisés - com quem sempre guardou uma boa dose de semelhanças em sua origem (bebê colocado em cesto para fugir de perigo e, salvo por família adotiva, revela missão grandiosa) -, engrandecido por uma mídia atualmente rentável em níveis galáticos... E mitos com tamanha dimensão jamais envelhecem! A não ser na genial graphic novel Reino do Amanhã ou na arte ao lado, de autoria do artista norte-americano Eddie Liu, usada pelo atual intérprete do herói, Henry Cavil, em sua bela postagem em homenagem aos 80 anos do herói em que, ao final, questiona: "O que seria do mundo sem o Super-Homem?"... Realmente, muito difícil imaginar - no mínimo, um lugar menos fértil em imaginação e totalmente sem a esperança de um ser mitológico modernizado (bem como sem os milhares de superseres com collant que a ele se seguiram), a nos renovar eternamente como crianças maravilhadas com suas histórias fabulosas...

SUPERMAN
80 ANOS
8 Melhores Fatos do Herói em Todas As Mídias:
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1. HQ - Action Comics n. 1 (1938): 
E tudo começou com essa revistinha... Se hoje temos um herói cavalheiro e ético ao extremo, nem sempre foi assim: nas suas primeiras aparições, o Super-Homem era um sujeito bem mais durão e rude - tanto fazia se tratava com bandidos (capa) ou a própria Lois Lane! Hoje, os raros exemplares bem conservados desta primeira edição valem fortunas...
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2. Animações - Superman (1941/42, Irmãos Fleischer): 
Apesar do sucesso de tantas séries televisivas animadas, como as setentistas SuperFriends e SuperPowers (Filmation), Superman, de 1988 (Estúdio Ruby Spears, com o Super com a cara do Christopher Reeve) e mesmo Superman - A Série Animada, da década de 90, foi mesmo a versão em episódios dos estúdios Fleischer (As Viagens de Gulliver), primeira adaptação das HQs para o Cinema, sua melhor e mais bem produzida animação!

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3. Artistas - Desenhistas: Alex Ross, Gary Frank e Joe Shuster:
Além dos imortais e hors-concours Curt Swan e José Luis Garcia-Lopez, legítimos definidores do traço do Super-Homem por décadas, destaco o realismo das pinturas de Ross (Paz na Terra; Justiça etc.) e o traço limpo e que muito lembra o rosto do ator Christopher Reeve de Frank (Origem Secreta), minhas artes favoritas quando se trata do Super-Homem! Sem esquecer, é claro, seu cocriador, Joe Shuster, em seu traço clássico e definidor do herói.

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4. Superman videogame Atari (1979): 
Inúmeros jogos de diferentes e realistas plataformas já foram lançadas com o Super, mas este foi o primeiro e, para muitos, os limitados pixels do clássico jogo da Atari ainda são o melhor momento do personagem nos videogames! O fato é que os atualmente "toscos" gráficos marcaram a infância de muita gente - como eu, que adorava prender os bandidos, remontar a ponte destruída por Luthor e salvar Lois do helicóptero desgovernado!

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5. Histórias mais realistas com um Super-Homem "atualizado": 
Nem só de romantismo vive um super-herói! E, por isso, não haveria como um personagem durar 8 décadas sem se adaptar a novos tempos mais duros e sombrios... Por isso, os Morcegos reuniram esses 3 clássicos de um Super mais reto, realista e, por vezes, quase um "vilão": desde Cavaleiro das Trevas (Frank Miller, 1986) que o Super-Homem é revisto e atualizado - neste clássico, ele é um vilanesco seguidor ao extremo do "sistema" e, lacaio do Governo Estadunidense em guerras internacionais, acaba se tornando inimigo mortal do Batman; já em Superman: Terra Um, nosso herói viaja pelo mundo descobrindo mais de si mesmo até que é desafiado num grande embate em Metrópolis, no melhor estilo Ultimate, da Marvel, tornando-se uma grande fonte de inspiração para o ultrarrealista filme Homem de Aço; por fim, na revista Superman in Action Comics n. 775, na já clássica história "Qual é a graça com a Verdade, a Justiça e o Modo Americano?" (Joe Kelly, 2001, depois rebatizada por aqui como "Olho por Olho"), o Azulão tem que mostrar seu lado casca-grossa para lidar com uma gangue de "heróis" que tripudiam das suas já tradicionais "moral e bons costumes"!

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6. Brinquedos: 
Superman - O Retorno, de 2006, apesar do fracasso nas bilheterias, mostrou-se uma homenagem romântica aos clássicos dois primeiros filmes de Richard Donner e, portanto, uma excelente forma de se colecionar algo parecido com os personagens clássicos. Então começando minhas coleções de action figures baseadas em filmes (figuras de X-Men - O Filme adquiridas num concurso cultural de uma revista), nada mais justo que o limitado Brandon Routh, que já tinha mesmo cara de boneco, ser o melhor Super-Homem de brinquedo - no caso, com ótimos acabamentos, articulações e capa de tecido, minha peça favorita foi a do globo do Planeta Diário, da famosa cena do filme (por sua vez, uma homenagem à icônica cena pintada por Alex Ross).

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7. Artistas - Roteiristas: Jerry Siegel; Dan Jurgens; Allan Moore:
O primeiro criou o maior super-herói de todos, estabeleceu suas principais bases e demais personagens, e assinou grandes clássicos da Era de Ouro dos Quadrinhos; o segundo, além do belo traço, esteve por trás de grandes histórias, como a saga O Retorno do Super-Homem, em que, juntamente a um grande time de outros roteiristas e desenhistas, estabeleceu a volta do Super da "morte", junto a outros "supermen", como o Superboy clone e o grande herói Aço; mas foi mesmo o Mago Alan Moore, redefinidor inglês de inúmeros personagens da DC Comics (como na genial saga do Monstro do Pânatano), que criou algumas das melhores histórias do Homem de Aço - dentre elas, duas das minhas favoritas: O que teria acontecido ao Homem do Amanhã (rebatizada recentemente como O que aconteceu ao Homem de Aço?) e Para o homem que tem tudo, ambas releituras imaginativas e crepusculares do solitário universo do kryptoniano. Hoje, o recluso artista inglês detesta falar de super-heróis e odeia qualquer adaptação de seus Quadrinhos para o Cinema!

8. Cinema: Superman - O Filme

Trailler original de Superman - O Filme, de 1978.

Marlon Brando como Jor-El; Gene Hackman como Lex Luthor; Mario Puzo como colaborador no roteiro; Richard Donner, da obra-prima A Profecia, o diretor; o oscarizado John Williams compondo a trilha sonora; e um então desconhecido Cristopher Reeve como Super-Homem (e, por aqui, originariamente tão brilhantemente dublado pelo saudoso André Filho) - simplesmente, o melhor filme de super-heróis já feito!

domingo, 9 de dezembro de 2018

O nome dele é... Morricone!

Resultado de imagem para eastwood três homens em conflitoJá há algum tempo, estou numa de ouvir mais trilhas sonoras e música clássica (dita "erudita") do que as costumeiras canções... Parece que as palavras me cansaram no tanto que repetiram sobre o amor e as vicissitudes do ser humano... Acabei por redescobrir compositores que sempre me foram muito caros, como Beethoven e Ennio Morricone - deste último tendo baixado algumas obras-primas e ouvido no carro as ora pungentes, ora sensíveis trilhas sonoras dos igualmente ótimos filmes Os Oito Odiados (de Tarantino: sua aposentadoria do mundo do Cinema), Cinema ParadisoEra uma vez na Américae, em particular, uma coletânea de seus maiores clássicos dos filmes de "faroeste à espaguete" (Westerns produzidos na Itália), que, por sua vez, acabaram por me influenciar a buscar rever alguns desses grandes filmes que fizeram parte da minha formação, como Por um punhado de dólares, cuja fabulosa trilha emoldura à perfeição as venturas e desventuras de Clint Eastwood como o errante cowboy "Sem Nome" (ou "Joey"... ou "Loirinho"...), sobrevivendo a patrões latifundiários e pistoleiros sanguinários na maravilhosa trilogia de Sergio Leone encerrada com Três Homens em Conflito, cujos clássicos acordes misturados a sons extravagantes (como latas, chicotes, sons de tiros... até máquinas de escrever!) definiram o faroeste de Morricone: Música tão quente quanto os desertos do Velho Oeste (na verdade, sul da Sicília) e tão forte quanto o cavalgar de marchas de cavalos em disparada

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E qual não foi a minha surpresa quando, noutro dia, ouvi a trilha de Era uma vez no Oeste, mais precisamente o "Tema de Jill" (Jill's America), daquela forma cantada pela soprano Edda Dell'Orso no final do filme (faixa Finale), tocando na rádio em plena manhã de uma cinzenta segunda-feira?! Curioso, para dizer o mínimo, que uma belíssima peça de composição instrumental tocasse numa rádio comercial de tantos hits de gosto duvidoso... Em seguida, uma voz à Cid Moreira começou a entoar um inusitado "Pai Nosso" e a ficha caiu: estavam usando o belo tema da inesquecível personagem de Claudia Cardinale apenas como música de fundo para um "momento religioso" daquela estação... Muito estranho ouvir aquilo, especialmente para quem conhece os clássicos do Faroeste repletos de "violência poética" do diretor Leone, que amava Morricone como seu "tradutor musical" favorito. Mas, fechando os olhos das memórias sobre as cáusticas cenas, fácil perceber que muito da Música do Mestre italiano tem algo de oração: de formação católica (assim como o amigo Sergio Leone - ambos foram contemporâneos na mesma escola católica), o violão virtuoso, bem como a leveza do seu piano ou a delicadeza no utilizar de outros instrumentos mais incomuns, como a flauta de pan, parecem mesmo exaltar algo divino em muitos filmes - não à toa, uma das suas maiores obras-primas foi a trilha sonora do filme A Missão, que narra a dura saga de um convertido ex-criminoso (Robert deNiro) e seus companheiros freis jesuítas no início da colonização sul-americana.

Um compositor épico, sem dúvida! E de múltiplas facetas... Bernardo Bertollucci, para quem Morricone compôs a narrativa musical de 1900, disse, certa feita, num documentário produzido pela BBC LINK, que a Música do grande Maestro facilmente "se torna um elemento visual num filme", e se adaptava às imagens num sincronismo perfeito e quase palpável (sem a apelação cansativa do velho mickeymousing de um John Williams, por exemplo). Justa avaliação para esse maestro de alma e arranjador de mão cheia, ainda na ativa aos 90 anos, para quem "Música tem que ser boa" e uma trilha sonora "tem que funcionar independentemente do filme a que ela serve" - prova disso são tantas outras de suas trilhas que, além de terem servido magistralmente aos mais diversos gêneros cinematográficos (além do Faroeste, Drama, Terror, Policial e até Ficção Científica), tão bem sobrevivem ao tempo, como Malena, Cinzas no Paraíso, Cão Branco, As Mil e Uma NoitesA Batalha de ArgelO Pássaro das Plumas de CristalOs Intocáveis, O Enigma do Outro Mundo... Morricone: jamais esqueça esse nome... Com seus trabalhos inovadores e revolucionários, ele nos ensinou a "ver" a Música e a orar com sua instrumentalidade lírica...


domingo, 2 de dezembro de 2018

Nossos Cantos...

 
Aos poucos, os nossos cantos cheios de relicários afetivos vão sendo limpos e reorganizados...

Era uma vez uma igreja que inventou o Natal... A ideia até era boa (e serviu bem tanto como dominação quanto como inspiração): criando-se uma mágica meia-noite de um 25 de dezembro qualquer, conte-se a história de um pobre menino-deus, que, nascido entre bichinhos de um presépio de São Francisco de Assis, cresceu pra falar de um Comunismo espiritual - até que alguns judeus do mal, da religião dos comércios em geral, juntaram-se aos ditadores romanos pra botar o tal homem na cruz (exatos 40 dias depois do carnaval!)... Muito tempo depois, grandes empresários judeus americanizados usaram um avermelhado Papai Noel da Coca-Cola para expurgar Jesus desse feriado, fazendo do Natal um festivo comércio lucrativo, sem presépio ou estrela-guia, mas com toques de "magia" - que, por sua vez, no seu Cinemão, santificou reconciliações de famílias disfuncionais, ao som de alta trilha xaroposa, com o Bom Velhinho, muita neve pelo ar e pinheiros e renas e elfos de brinquedo... para todo mundo comprar!

Tanto que, por aqui, não ficamos muito atrás - e tome barbas de nylon de papais noéis morenos e cheios de enchimentos pelos shoppings insuportáveis de neves de espuma barata em meio a 'sales' e 'offs' importados juntamente a "árvores" de plástico que somos obrigados a aguentar... das vitrines ao nosso lar! E viva o tal Natal - na medida do possível: da felicidade vazia das compras abissais às confraternizações perfeitas das famílias dos comerciais... Todos se encham de comida e de bebida, a sorrir para as fotos da noite cheia de "magia" - que, depois de sete dias e mais esbórnia ainda, de tudo se valham, como desculpa, na "passagem" para um novo ano (e tudo de novo recomeçar)...

Mas nem tudo está perdido: existem uns cantos que arrumamos, singelos, mas tão bonitos, onde guardamos nossos mais caros relicários... São pertences de priscas eras, um amor perdido de quimera, livros e revistas empoeiradas, miniaturas das mais juvenis... Brinquedos de uma fábrica que criamos, de refúgio, ao longo dos anos, purgando pequenas, porém doces transformações! Um canto da casa, do ano, da vida, onde nos isolamos para escapar de tantos mundos perdidos, do que ainda não deu para conquistar... Aí, de alma mais lavada, cá entre nós, parece que nem toda igreja se quedava errada - e aquele ilustre Camarada ainda pode, e muito, nos inspirar! E, por que não, deixando aflorar um traço mais judeu, cada um compre o que é seu e alegre um ou outro que lhe são caros... Decidi arrumar melhor esses tantos dos meus cantos - e, quem quiser, que me compre um belo relicário!

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Foto 2 - Blu-ray Star Wars: A Saga Completa (9 Discos)

Porque há tanto para ver e ouvir... E muitas coleções incompletas, também!
Por isso eu facilito: quer fazer bonito? Compre tudo isso pra mim nesse Natal!
(Uma ajuda: todos os produtos estão devidamente lincados a sites de lojas que os vendem pelo melhor preço!)
 

+ voam pra cá

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Em forma de pequenas crônicas, as dores e as delícias de ser um pai de um supertrio de crianças poderosas...

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